O espírito da Primavera Árabe encontrou uma expressão teatral com a ajuda de um dos mais celebrados iconoclastas da Grã-Bretanha, Mark Ravenhill, que deu tons contemporâneos à peça "Mãe Coragem e Seus Filhos" (1939), do alemão Bertolt Brecht, que aborda um protesto do começo do século 20.
Seguindo os preceitos brechtianos, a peça tem entrada franca, e até o final da temporada, em 4 de setembro, terá sido mostrada a mais de 250 mil espectadores em Londres.
"Há um renovado interesse naquilo que acontece quando as pessoas protestam e se manifestam", disse Ravenhill à Reuters sobre sua decisão de reencenar a obra.
A primeira peça de Ravenhill, "Shopping and Fucking", no começo da década de 1990, causou polêmica por causa do seu conteúdo de violência sexual explícita, mas foi saudada por sua crítica ao consumismo desenfreado.
Desde então, o dramaturgo já trabalhou em vários projetos, inclusive consagradas encenações no festival Edinburgh Fringe, na Escócia. Agora, prepara o libreto de uma ópera a ser encenada em Oslo.
Para Ravenhill, Brecht tem uma ressonância particularmente ampla, e pode dizer respeito aos países do Oriente Médio e Norte da África que vêm protestando contra seus governos, já tendo derrubado neste ano os regimes na Tunísia, Egito e Líbia.
"As peças de Brecht realmente viajam. Elas têm essa qualidade de fábula", disse Ravenhill. "Você pode realmente imaginar uma plateia árabe compreendendo 'Mãe Coragem'."
Além de adaptar o texto, Ravenhill também encarnará um dos personagens nas últimas apresentações da temporada.
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