Breve plenitude

• 0

São Paulo - Imagine nascer velho e rejuvenescer com o passar do tempo, morrendo só na infância, mas com a mesma bagagem que os mais velhos têm quando deixam esta vida. Seria melhor viver assim? Esse é o mote principal do filme O Curioso Caso de Benjamin Button, que chega nesta sexta-feira aos cinemas, estrelado por Brad Pitt e Cate Blanchett, que repetem a parceria de Babel (2006).

Enquanto sua mulher, Angelina Jolie, vive em A Troca – que estreou na semana passada – uma mulher sofredora que procura pelo filho, Pitt chega às salas de exibição na pele de Benjamin, um homem que nasce com o corpo de um velho de 80 e poucos anos e fica mais novo a cada dia. Ele interpreta o personagem desde o final da fase adulta até a juventude, com a ajuda de efeitos visuais e maquiagem.

O filme leva às telas o universo mágico do conto homônimo escrito em 1920 pelo norte-americano F. Scott Fitzgerald. Aliam-se ao enredo interessante fatos reais da história dos Estados Unidos e efeitos visuais convincentes – o longa já está na lista de pré-selecionados para concorrer ao Oscar de maquiagem.

Benjamin nasce em Nova Orleans, em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial. Sua mãe morre durante o parto, e o pai, Thomas Button (Jason Flemyng), assustado ao ver um bebê repugnante e cheio de rugas, abandona-o na porta do asilo Nolan House.

A criança passa a ser criada pela enfermeira Queenie (Taraji P. Henson) e por Tizzy (Mahershalhashbaz Ali), que cuidam do local. Ele cresce cercado por idosos, de quem recebe várias lições.

Ainda "criança’’, conhece Daisy (vivida por Ellen Fanning na infância e por Cate Blanchett quando adulta), que tem 6 anos. Ela parece conseguir enxergar o garoto que vive por trás de sua imagem idosa e debilitada.

A maneira como as vidas de Benjamin e Daisy coincidem e se diferem se torna um dos elementos mais importantes da história, que aborda os dramas decorrentes do fato Benjamin viver em sentido oposto ao das outras pessoas. Pitt nasce velho e vai se tornando o galã que as mulheres adoram. Daisy vive da forma "tradicional’’ e acompanha o rejuvenescimento do amado – Cate Blanchett só aparece, bela e na flor da idade, depois de quase duas horas de filme.

A vida deles se converge e diverge até o momento em que os personagens, na casa dos 40 anos, estarão prontos para concretizar sua grande paixão. O casal decide ficar junto, mas percebe a dificuldade de um relacionamento em que a diferença de idade, mais do que nunca, é um problema.