| Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo

"Do alto" de seus seis anos de idade, os amigos Mariana Fagundes Cunha e Mateus Stinglin entraram neste domingo (4) pela primeira vez no Teatro Guaíra. Levados pelos pais, eles assistiram a mais uma sessão do projeto "Concerto para Crianças" em que a Orquestra Sinfônica do Paraná apresenta de forma lúdica a musica clássica para uma ruidosa e atenta plateia infantil.

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Os doces olhos de Mariana vidraram na beleza dos instrumentos. "A Harpa é a mais bonita. Eu quero aprender a tocar", disse.O espevitado Mateus gostou das musicas com andamento acelerado.

"Parece filme de terror, é bem legal". Ele também achou graça nas fantasias usadas por parte da plateia e dos músicos da orquestra. "O cara da Tuba está com um chapéu de gato. Muito legal" apontou, mostrando intimidade com o maior dos metais da orquestra.

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Como eles, foi a primeira vez de muitas outras crianças de todas as idades, que levados pelos pais, avós e padrinhos transformaram a plateia do Guaíra em uma grande salão de festas.

Muitos traziam nas mãozinhas instrumentos como chocalhos e tambores, e puderam interagir com a descontraída formação da orquestra em alguns movimentos das peças "Abertura Festiva" de Dmitri Schostakovitch e "Quadros de Uma Exposição" de Modest Mussorgsky, ambos compositores russos nascidos no século XIX.O "meio de campo" entre a criançada e a orquestra ficou a cargo do talentoso palhaço Sarrafo (Felipe Ternes), o responsável por desarmar o por vezes sisudo ambiente de um concerto de música clássica.

Ao lado do jovem maestro venezuelano Jorge Luis Uzcátegui ele conseguiu apresentar todas as sutilezas da segunda peça executada, um suíte que narra as impressões de uma caminhada em uma exposição de quadros. As crianças entraram no clima criado pela orquestra, pelo menos as que não estavam correndo pelos corredores.

Ainda que em meio a algumas estripulias, o maestro destacou as boas maneiras do público infantil.

"Todos se comportaram muito bem. A musica é uma linguagem que é anterior a fala na história da humanidade é uma linguagem universal, é a única manifestação artística que não sofre barreiras", disse.

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Para ele , a dimensão de um projeto como esse vai além da formação de público. "É muito importante despertar o gosto para desenvolver o cérebro das crianças dando a ela possibilidade de uma experiência intelectual completa, que a prepara para enfrentar todos os momentos mais importantes da vida", disse.

A aluna da 6ª série do colégio Castelo Branco em Pinhais, Rayla Venâncio viu o concerto ao lado de uma dezena de colegas e disse que o dia ficará marcado. "Achei lindo, principalmente os violinos. Vou voltar sempre que eu puder", disse.

Esta foi a penúltima edição do ano do "Concerto para Crianças". A próxima acontece no dia 06 de outubro.

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