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Márcio Gonçalves em seu Centro Cultural no Boqueirão: agora com poltronas mais confortáveis para receber o público do Festival de Curitiba | Walter Alves/Gazeta do Povo
Márcio Gonçalves em seu Centro Cultural no Boqueirão: agora com poltronas mais confortáveis para receber o público do Festival de Curitiba| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Em cena

Conheça alguns dos espaços encontrados na garimpagem de espaços feita pelo Festival de Curitiba:

Associação Rosa Cruz

A instituição já foi mais fechada à comunidade. Agora, promove atividades culturais com frequência. Além do auditório para 500 pessoas, todo reformado no ano 2000 e com poltronas muito confortáveis, a entidade abriga o Museu Egípcio, a Biblioteca Alexandria e a galeria de arte Francis Bacon. Promove também cursos e palestras. A arquitetura é outro destaque para quem tem interesse na área: a construção foi inspirada no Egito antigo. Neste ano, estreia dentro do Festival de Curitiba com sete espetáculos do Fringe.

Centro Cultural Boqueirão

Aberto há quatro anos, surpreendeu pela boa aceitação da comunidade. O palco já foi utilizado pela mostra paralela do festival (Fringe) no ano passado. Com espaço para cem pessoas – e estacionamento para 80 carros, o que é difícil de encontrar no Centro –, cumpre um papel muito importante neste que é um dos bairros mais populosos da capital. Receberá, mais uma vez, espetáculos do Fringe.

Teatro Bom Jesus

O espaço cênico, que já recebeu o ator Paulo Autran (1922-2007) e a bailarina Ana Botafogo, passou por extensa reforma e foi adaptado às exigências das produções teatrais atuais: o revestimento nas paredes, forro e acabamentos conferiram nova capacidade acústica; o novo palco foi revestido com piso específico para apresentações artísticas; varas de iluminação automatizadas e varandas elevadas trouxeram mais segurança aos operadores. As exigências de atores e público também foram contempladas: camarins remodelados, foyer ampliado e banheiros amplos são algumas das melhorias feitas. Também foi viabilizado o acesso de pessoas especiais. Será palco da estreia de Tio Vânia, do grupo Galpão (MG), na programação da Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba.

  • Auditórios: agora, terá de haver cadeiras para gordinhos.
  • Teatro do Bom Jesus, em cujo palco já estiveram Paulo Autran e Ana Botafogo

A falta de lugar para estacionar próximo aos teatros do Centro faz o público desejar mais casas de espetáculo nos bairros. Esse anseio pode ser atendido, já que a iniciativa do Festival de Curitiba (FC) de visitar e orientar os teatros da cidade está estimulando alguns deles a entrar em obras para receber peças e shows.

A exemplo do que foi feito há 20 anos, quando houve a primeira edição do festival, foram visitados todos os espaços capazes de receber apresentações na cidade. O resultado foi impressionante: foram identificados 196 palcos, sendo que 25 deles foram considerados ideais para receber peças da Mostra Contemporânea do festival, que neste ano vai se estender de 29 de março a 10 de abril.

"Os teatros são também pontos de encontro, então queremos que as pessoas aproveitem o que a cidade oferece", disse à Gazeta do Povo o diretor do FC, Leandro Knopfholz.

No levantamento, a participação de arquitetos fez com que a análise fosse mais apurada. Descobriu-se, por exemplo, que as poltronas do auditório da Associação Mística da Ordem Rosa Cruz, localizada no bairro Bacacheri, são muito confortáveis.

Veio então o convite para que a instituição recebesse um dos mais de 300 espetáculos da mostra paralela do festival (Fringe). Depois de considerar um pouco, a diretoria cedeu, para a alegria da supervisora cultural da Rosa Cruz, Vivian Tedardi. "Tentamos abrir cada vez mais a instituição, por isso organizamos atividades culturais", ela conta.

A entidade, que para o público externo ainda é envolta em mistério, deve inclusive ser chamariz de público durante o festival, quando receberá sete espetáculo do Fringe. O auditório para 500 pessoas passou por reforma no ano 2000, quando as instalações elétrica e de iluminação foram trocadas e o palco foi ligeiramente ampliado. Outra mudança importante para companhias de teatro foi a criação de camarins.

No que concerne ao público, pode ser dito que estacionamento e assentos confortáveis são os itens essenciais. Essas foram as apostas do Centro Cultural do Boqueirão. Depois de passar no teste do festival no ano passado, quando recebeu uma mostra com peças como Confissões de Adolescente, neste ano ele foi encontrado renovado. No lugar das cadeiras sem braço, estão poltronas. O estacionamento hoje comporta 80 carros. Neste ano, o espaço receberá montagens de fora de Curitiba como Esperando Godot e Mulheres de Nelson.

No ano passado, cerca de 4.500 pessoas passaram pelo centro cultural em mais de 60 apresentações, conforme conta o diretor Márcio Gonçalves. "Achamos que a aceitação do espaço seria demorada, mas não: os estudantes vêm muito a pé, direto da escola", conta.

Outro espaço encontrado durante a pesquisa foi o Centro Feminino de Cultura, também localizando no Centro, onde há dois auditórios.

Um local que foi "promovido" no inventário deste ano foi o teatro do Colégio Bom Jesus, Inicialmente convidado a integrar a mostra paralela, bastou uma visita para que a oferta mudasse: vão receber a estreia de Tio Vânia, do grupo mineiro Galpão, um dos mais conceituados do país.

"Quando verificaram nossa reforma, foi decidido em conjunto que seria adequado participarmos da mostra oficial", conta a coordenadora do teatro, Angelita Oliveira de Lima.

O que chamou a atenção dos arquitetos contratados pelo FC foram o novo palco e as poltronas restauradas, além de detalhes importantes no métier cênico, como varas de iluminação automatizadas, novos revestimentos que aprimoraram a acústica, entre outros.

A expectativa é que o espaço volte a receber grandes nomes como no passado, quando teve em seu palco a bailarina Ana Botafogo e o ator Paulo Autran.

Para os próximos anos, o FC espera fazer novas descobertas nessa busca por bons espaços. Isso porque, de acordo com Knopfholz, outros teatros planejam mudanças: o auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (antigo Cefet) planeja se aproximar mais da comunidade; o da Reitoria da Universidade Federal deve passar por reformas, e colégios como Novo Ateneu e Sagrado Coração de Jesus se revelaram ótimos espaços e podem, no futuro, sediar espetáculos.

Outro endereço que pode entrar no guia do festival nos próximos anos é o da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe – atrás do terminal de ônibus metropolitanos, no Centro. Uma sala interna comporta 400 pessoas.

Outra vantagem do estímulo às reformas é adequar os espaços às novas exigências da sociedade e da legislação. "Verificamos que muitos auditórios mais antigos não oferecem acesso especial a pessoas com deficiência", relata a arquiteta Monica Raeder.

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