Musical
Cabaret
Teatro Positivo Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283.
Versão brasileira do musical da Broadway. Com Claudia Raia.
Dias 15, às 21 horas; 16, às 17h30 e 21h30 (sessão esgotada); e 17, às 19 horas.
Filas de 1 a 15: R$ 185 e R$ 95 (meia-entrada). Filas de 16 a 28: R$ 165 e R$ 85 (meia-entrada). Filas de 16 a 28: R$ 135 e R$ 70 (meia-entrada). Desconto de 20% para assinantes da Gazeta do Povo.
Classificação indicativa: livre.
Assistir à montagem nacional de Cabaret, dirigida por José Possi Netto com versão brasileira de Miguel Falabella, em um espaço gigantesco como o Teatro Positivo, é uma expriência bem diversa daquela vivenciada por quem viu a de Sam Mendes e Rob Marshall no fim dos anos 90, em Nova York.
Quando foi remontado na Broadway, o musical ganhou uma casa de espetáculos inusitada: o espaço antes ocupado pela lendária discoteca Studio 54 foi transformado no Kit Kat Club, inferninho berlinense onde se passa a trama da peça, baseada no livro Adeus a Berlim, do americano Christopher Isherwood, retrato da capital alemã do início dos anos 30, período de ascensão dos nazistas na Alemanha.
O público se sentava ao redor de mesinhas, como se estivesse, de fato, em um clube noturno burlesco. Enquanto a versão americana, que trazia no papel da protagonista Sally Bowles a britânica Natasha Richardson (que morreu em 2009), apostava em uma simulação do ambiente esfumaçado e algo sórdido do Kit Kat Club, o Cabaret de Possi Neto tem de enfrentar um desafio e tanto: a imensidão do espaço onde está sendo apresentando.
Ao contrário de superproduções como O Fantasma da Ópera e Les Misérables, grandiosos em sua essência e, portanto, sob medida para grandes teatros, Cabaret tem um clima bem mais intimista, ainda que disponha de um grande elenco de atores e dançarinos, orquestra e trocas constantes de cenários. A peça, que traz Claudia Raia como protagonista, exige uma proximidade maior do público. E, em grande medida, a montagem brasileira consegue isso.
Claudia tem muito a ver com esse êxito. Versada em drama e comédia, bailarina com formação clássica e uma cantora esforçada, ainda que com dotes vocais algo limitados (seus agudos por vezes saem dos trilhos), ela transborda carisma, qualidade que torna irresistível uma personagem histriônica e moralmente dúbia como Sally Bowles Liza Minelli, vencedora do Oscar de melhor atriz pela adaptação de Bob Fosse para o cinema, que o diga! São muito poucas estrelas que podem segurar esse rojão.
Mas os méritos da montagem nacional de Cabaret não se limitam à presença explosiva de Claudia, ovacionada na sessão fechada para convidados, realizada na quinta-feira à noite.
Jarbas Homem de Mello dá um show como o personagem MC (Mestre de Cerimônias), que também deu o Oscar a Joel Grey, na categoria de ator coadjuvante, e encontrou na remontagem dos anos 90 outro intérprete fabuloso: o escocês Alan Cumming, hoje integrante do elenco do seriado The Good Wife.
O MC de Homem de Mello é sacana, provocador e diabólico, algo que pode ser dito, de certa forma, de toda a montagem de Possi Neto. O diretor parece ter buscado referências do Expressionismo Alemão, de Nosferatu a Anjo Azul, para construir, aos poucos, o clima fantasmagórico representado pela ameaça nazista, muito forte no segundo ato da peça, e serve de contraponto ao erotismo pulsante em todo o espetáculo. GGG1/2
Classificações: GGGGG Excelente. GGGG Muito bom. GGG Bom. GG Regular. G Fraco. 1/2 Intermediário. N/A Não avaliado.
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