O Sesc Água Verde (Av. República Argentina, 944) promove no dia 30 de março a exibição e um debate sobre o filme Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho (1933-2014). O evento faz parte da 9.ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul e a entrada é gratuita. A sessão estava marcada para esta segunda-feira (2), mas foi cancelada.
Um dos documentários mais importantes realizados no país, Cabra... é a obra-prima do diretor paulista, conhecido pela sensibilidade artística e por sua aprimorada técnica de entrevista. O filme revela a história quase épica do camponês João Pedro Teixeira e, como outros filmes de Coutinho, acaba por apresentar o mito do herói no sujeito anônimo.
As filmagens de Cabra Marcado Para Morrer foram iniciadas em 1964. João era líder da Liga Camponesa de Sapé (PB), e foi assassinado por latifundiários. Coutinho reconstitui ficcionalmente o episódio, com todo o emaranhado político envolvido no caso e com depoimentos da viúva de João, Elisabeth, e também de amigos e familiares.
No mesmo ano, o filme é interrompido por causa do golpe militar. Dezessete anos depois, o cineasta retoma o projeto e revisita seus personagens, agora em momentos diferentes, embora com cicatrizes do passado sempre a incomodar.
Entre outros documentários, Eduardo Coutinho também dirigiu o impressionante Edifício Master (2002) e Jogo de Cena (2007). Seu último trabalho foi Um Dia na Vida (2010), filme experimental sobre a programação da televisão brasileira que ficou na gaveta do cineasta – ao lados dos maços de cigarro – devido a imbróglios sobre direitos autorais.
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