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Missas da Renascença
Comunidade Luterana do Redentor (R. Trajano Reis 199, São Francisco), (41) 3223-4745. Com o Madrigal Ars Iubilorum. Dia 7 às 18 horas. Entrada franca.
À primeira vista, o repertório a ser apresentado pelo madrigal curitibano Ars Iubilorum sob o nome Missas da Renascença no próximo sábado, na Comunidade Luterana do Redentor, pode parecer pouco inventivo. Afinal, trata-se de três criações do mesmo gênero, com o mesmo texto, todas cantadas a cappella (ou seja, sem acompanhamento de instrumentos) em latim.
Olhando de perto, cada um dos músicos retratados Ockeghem (século 15), Palestrina e Taverner (ambos do século 16) tem suas especificidades. "Queríamos pintar um retrato da missa antiga, que não é uma música que muita gente escuta", contou à Gazeta do Povo o regente Marcell Steuernagel.
As missas são composições de farta tradição na música sacra, compostas de cinco partes: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Benedictus, e Agnus Dei. O que muda de compositor para compositor são as escolas representadas e influenciadas por eles. Johannes Ockeghem, que, acredita-se, nasceu na Bélgica entre 1410 e 1425, é um dos principais nomes da escola franco-flamenga. Surgiu cerca de 80 anos antes dos outros dois compositores escolhidos para a apresentação, podendo ser considerado um precursor.
Giovanni Perluigi da Palestrina (1525-1594), o mais famoso dos três, viveu na região de Roma, ou seja: estava no centro do mundo à época, ainda hoje sede da igreja para a qual se compunham as peças sacras. Sua escola é chamada simplesmente de romana.
Já John Taverner (1490-1545) pode ser considerado um estranho no ninho. Inglês, estava afastado de tudo o que se compunha no continente europeu "ilhados", os compositores ingleses desenvolveram uma estética própria. É interessante notar que o músico viveu durante a transição britânica do catolicismo para o anglicismo, cuja oficialização ocorreu em 1534 por ordem de Henrique VIII.
A cappella
A escolha desse repertório faz um contraponto à última apresentação do madrigal Ars Iubilorum, em maio, quando o grupo cantou composições do século 20 de nomes como o estoniano Arvo Pärt.
O conjunto foi criado em 2009 em meio ao núcleo de compositores de tradição erudita da Comunidade do Redentor, ligada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Fazem parte oito cantores (nesta apresentação serão nove), com direção de Marcell, ao lado do irmão Márcio Steuernagel (regente da Orquestra Filarmônica da UFPR) e de Lucas Frühauf.
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