Caetano e Gil em show da turnê que marca 50 anos de carreira| Foto: Divulgação/Facebook

Definitivamente, não é um show. É preciso criar uma palavra nova para definir a apresentação de Caetano Veloso e Gilberto Gil na turnê que marca os 50 anos de carreira de ambos. Um vocábulo que signifique, ao mesmo tempo, show, missa, celebração, louvação. Ali não estavam artistas e fãs. São entidades e seus devotos.

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Nesse clima de adoração na noite de quinta (20), na primeira de quatro apresentações com ingressos esgotados no Citibank Hall, a dupla cantou uma canção inédita. Caetano, numa das duas vezes em que conversou com o público, disse que eles tinham escrito a música na madrugada anterior. Talvez o nome dela seja “A Camélia do Quilombo do Leblon”, o verso que mais se repete na letra. Na próxima quarta-feira a deupla se apresenta na Ópera de Arame, em Curitiba.

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Mais do que cantores, os dois participam há cinco décadas da vida das pessoas. Gente que comprou os discos, foi aos shows, leu tudo escrito por eles e sobre eles, e parou para ler ou ouvir qualquer opinião deles sobre qualquer assunto. E a mídia perguntou muito para eles, sempre.

As músicas são sensacionais, não é preciso dizer mais. “Terra”, “Tropicália”, “Domingo no Parque” e tantas outras que poderiam num TOP 100 da MPB. Todo mundo canta junto. No fim tem quem diga que faltou essa ou aquela, mas nada que impeça ir para casa de alma lavada.

Serviço

Caetano & Gil - Dois Amigos, Um Século de Música

Dia 26 de agosto (quarta-feira)

Local: Ópera de Arame

Horário: 21h

Ingressos: de R$ 310 a R$ 950

Mais informações no Guia

Na verdade, a reação da plateia é de puro deslumbramento quando Caetano e Gil entram em cena. Gritos, suspiros, celulares fotografando. A euforia leva algumas músicas para esfriar. Respirando normalmente, ou quase, o público começa a aproveitar o momento tranquilo de seus ídolos.

Ao contrário dos shows da fase europeia da turnê, que exibiu um palco “pelado”, os brasileiros foram surpreendidos por um cenário feito com bandeiras dos Estados brasileiros.

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Se o visual mudou, o repertório seguiu igual ao dos shows anteriores. Os dois passearam de canções delicadas como “Terra” (Caetano) e “0” (Gil), a performances empolgantes como “Domingo no Parque” e “A Luz de Tieta”, que fecham o show em um bis com clima festivo.

Ou melhor, deveriam ter encerrado, porque a insistência do público provocou um segundo bis, incomum na turnê. Então cantar “Leãozinho”, de Caetano, e “Gonna Be All Right”, de Bob Marley.

Caetano e Gil cumprem, com extrema facilidade e empatia com seus seguidores, a missão de exibir a majestade de seus cancioneiros.