A companhia de teatro de Passo Fundo (RS), Rindo à Toa, estreou a peça "O Homem que Acreditava" na última sexta-feira (28). O debut do drama escrito e dirigido por Edson Bueno no Festival de Curitiba 2014 aconteceu no auditório Glauco Flores de Sá Britto, no Teatro Guaíra.
Um monólogo que se torna um diálogo entre mãe e filho na medida em que as palavras do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu ganham vida no palco. O filho, neste drama que trata de questionamentos de caráter existencialista, é interpretado pelo ator conterrâneo do autor, Marcio Meneghel. Por outro lado, a mãe que leva o nome de D. Helena, aparece também na pele do mesmo ator.
Em meio a lembranças de sua própria história, o protagonista anônimo conversa com sua falecida mãe. Os devaneios, os trejeitos, a forma de D. Helena se comportar no palco são inéditos à cada apresentação. "D. Helena, nunca tem o mesmo humor. Às vezes ela está com o humor mais ácido, outras mais descontraída, o que acaba provocando o riso da plateia ou ainda a deixa mais concentrada.", explica Meneghel.
No cenário, diversos ícones do gênero musical rocknroll como Jim Morrison, vocalista do grupo norte-americano The Doors e também Renato Russo, líder da banda Legião Urbana. Além de personas do ramo musical, retratos de intelectuais da história e a polêmica Dercy Gonçalves formam um relicário de memórias do personagem interpretado pelo ator gaúcho. "Todas as referências no palco, tudo foi extraído e adaptado pelo Edson Bueno a partir das crônicas do Caio Fernando", comenta Meneghel.
O questionamento que serve como pano de fundo da peça como um todo é o de que "sempre nos falta alguma coisa", entonado pelo protagonista em diversos momentos do monólogo em cena. A temática do amor e suas divergências é recorrente na obra de Caio Fernando Abreu e se torna a linha narrativa em O Homem que Acreditava. "É uma coisa que, na vida de todo mundo, é natural. Com maior ou menor intensidade, todo mundo já se apaixonou e ainda que seja sofrido, é uma nostalgia boa", afirma o ator.
Marcio Meneghel, que comanda sozinho o palco do auditório do Guaíra, ganha espaço no cenário e não deixa transparecer a solidão, pois D. Helena se faz presente pelo ator em questão de segundos. O artista explica que costuma dar vida aos seus personagens de uma forma pouco convencional. "A mãe, como muitas outras personagens que eu costumo criar, vem de uma forma intuitiva. Eu não sou aquele ator que cria e estuda personagem. Uma hora ele aparece e ele fica, vai se moldando no palco", conclui.
Serviço:
A peça "O Homem que Acreditava" fica em cartaz até o dia 31/03 (segunda-feira).
Local: Mini Guaíra Auditório Glauco Flores de Sá Britto. Rua Amintas de Barros, s/n - Curitiba PR (acoplado ao Teatro Guaíra)
Datas: 29/03 (sábado), 22h00 | 30/03 (domingo), 19h | 31/03 (segunda-feira), 22h00.
Gênero: Drama
Classificação indicativa: 14 anos
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Deixe sua opinião