Uma história típica de "Romeu e Julieta", mas que tem como cenário as belas praias alagoanas. Assim será o romance vivido pelos personagens de Maria Flor e Caio Blat em "O Bem Amado", que ganha agora versão para o cinema nas mãos caprichosas de Guel Arraes. O G1 acompanhou o primeiro dia de filmagens do longa-metragem, na quinta-feira (22), na Praia do Gunga, a 33 km de Maceió.
Baseado em texto original da década de 60 assinado por Dias Gomes para o teatro, e também nos especiais de TV reescritos pelo próprio autor, o longa-metragem mantém vivo o tom crítico à política nacional e capricha no drama e no romance. "Para mim, a grande novidade é enfrentar essa temática política", afirma o diretor, parte de uma das mais tradicionais famílias da política pernambucana e filho do ex-governador Miguel Arraes. "Não que seja um assunto de que eu não goste, pelo contrário, tenho muita admiração pela política quando ela é bem feita. Mas esse será um filme contra maus politicos."
Para quem não se lembra, "O bem amado" conta a história do prefeito Odorico Paraguaçu, cujo grande projeto de governo é construir um cemitério em Sucupira. Mas ele se depara com um detalhe: ninguém morre na cidade. E para conseguir ser bem-sucedido em seus planos, ele não medirá esforços.
A trama envolvendo Violeta (Maria Flor) e Neco (Caio Blat) faz parte das inovações do roteiro, escrito por Guel e por Claudia Paiva ("A grande família"). Neco é comunista e trabalha como repórter no jornal do grande rival [Vladimir, interpretado por Tonico Pererira] de Odorico Paraguaçu. "A história do casal tem a simbologia da descrença política. Porque o Neco acredita na teoria comunista, mas é ingênuo. Com o tempo, ele vai percebendo os dois rivais vão ficando muito parecidos", conta Paiva.
"Ele é um idealista, apaixonado. Quer mudar o mundo, mas não sabe bem como fazer isso. Acha que apenas acreditando por transformar algo. Depois, com o tempo, percebe que a política é um jogo sujo", conta Blat.
O romance com Violeta encontrará justamente essa rivalidade política como empecilho. "Eles vivem um amor ingênuo, virgem. O Neco é provinciano, a Violeta chega da capital toda modernosa, ele fica um pouco assustado. Mas quando descobrem que o jornalista é oponente do pai da moça, a história ganha ares dramáticos. Ela quer que ele escolha entre ela ou a política, ele diz que não pode, e eles se separam. Ele fica mal, na fossa, enche a cara", conta Blat, rindo.
Mudança de hábito
As filmagens de "O bem amado" em Alagoas têm agitado o povo e as cidades por onde a produção vem passando. A "sede" da produtora está instalada na pequena Marechal Deodoro (a cerca de 30 km de Maceió). Com 47 mil habitantes, aproximadamente 4 mil pessoas se inscreveram para trabalhar como figurantes no longa. Muita gente também atua por trás das câmeras, colaborando inclusive com a transformação da cidade, que vem recebendo intervenções cenográficas em muitos locais e um agito incomum.
O filme conta com financiamento do Governo do Estado e, apesar de ainda não ter recebido verba, vem mantendo parceria com a prefeitura de Marechal Deodoro, que disponibiliza infra-estrutura para as filmagens. "Ainda falta cerca de 20% de nossa verba, estou contando com Alagoas nessa captação. Quero mostrar que somos um bom negócio", afirmou a produtora Paula Lavigne.
Orçado em R$ 10 milhões, "O bem amado" é produzido por Paula Lavigne e traz no elenco Marco Nanini, Matheus Nachtergaele, Drica Moraes, Andrea Beltrão e Zezé Polessa, entre outros. Após a estreia nos cinemas, programada para setembro, existe o plano de que o longa vire uma minissérie a ser exibida pela TV Globo.
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