Noite de Caiobanda costuma criar um certo clima de expectativa em Matinhos. Durante o domingo (11), o comércio vendia fantasias a rodo e os foliões abasteciam os seus isopores com gelo e cerveja. A festa começou na Avenida Atlântica por volta das 22 horas e se alongou pela madrugada. Dois trios elétricos saíram do começo da Praia Brava, em Caiobá, e seguiram até o Sesc. Em pouco tempo, as ruas foram tomadas.
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De acordo com a Polícia Militar, 50 mil pessoas compareceram à festa. O número, porém, é rebatido pelo secretário de Turismo de Matinhos, Ruy Hauer. "Foram pelo menos 500 mil pessoas", garante. A PM registrou 14 ocorrências, que resultaram na detenção de sete pessoas, na apreensão de um veículo e de quatro aparelhos de som para carro. Câmeras filmadoras foram instaladas nos trios elétricos para identificar possíveis focos de brigas.
As duas bandas tocaram sucessos do momento e também músicas de outros carnavais de "Vem dançar kuduro", do Latino, até a "Dança da manivela", do Asa de Águia. O clima geral era de muita animação. Na rua, na praia e nas sacadas dos prédios, todo mundo entrou na dança. As cadeiras de praia que durante o dia ficaram na areia, à noite foram transportadas para a calçada para acomodar os foliões cansados.
Em meio à tanto agito, Giovana Serkes, de 12 anos, encontrou um espaço na areia para descansar e jogar Paciência no celular. Não que não estivesse gostando da festa, faz questão de frisar. "Acompanhei o bloco desde o começo e dancei muito. Agora estou cansada", explica. A mãe dela, Karin Lúcia Serkes, conta que a família está hospedada em Guaratuba e resolveu curtir o carnaval de Caiobá. "Na segunda-feira, que é dia de Guaratubanda, vamos ficar por lá mesmo. Tem que seguir o agito", conta. A família diz que adora o clima de animação que toma conta do Litoral nesta época do ano. "É muito divertido", grita Karin por cima do som do trio elétrico.
No meio da avenida, uma cena chamava a atenção: um apartamento foi transformado em bat-caverna e um carro em bat-móvel. Por quem? Batman e Robin, claro. O Batman, no caso, era o curitibano Amazonas Mazola, suando embaixo de uma fantasia de corpo inteiro do super-herói. "Gosto do Batman porque ele não tem superpoderes. Me identifico. E também gosto de bat-bebidas", disse. Ele chamou amigos para passar o feriado em seu apartamento na praia e cada um decidiu se vestir como um personagem da história do Homem-Morcego para entrar na brincadeira.
A falta de banheiros químicos fez com que a areia da praia virasse um grande mictório era comum observar foliões correndo apressados para a areia. Dois amigos conversavam, depois do trabalho feito: "É uma pena pra quem vai vir pra praia amanhã. Mas vai fazer o quê?", comentou um deles.