Os fãs curitibanos do Echo and the Bunnymen devem agradecer à burocracia típica de qualquer consulado no momento de fornecer vistos a viajantes. Não fosse isso, a banda liderada por Ian McCulloch (vocal) e Will Sergeant (guitarra) muito provavelmente não subiria pela segunda vez ao palco do Curitiba Master Hall logo mais (a banda se apresentou na capital paranaense em 1999, na antiga Forum, mesmo local onde hoje funciona o CMH).
Em março deste ano, os Bunnymen, que haviam marcado sua terceira turnê brasileira com shows somente no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, tiveram de cancelar a viagem por problemas com os vistos que liberavam suas vindas da Turquia ao Brasil. Eis que, em menos de um mês, produtores locais parecem ter percebido que incluir uma data curitibana na turnê da banda poderia não ser um mau negócio, e Curitiba não somente ganhou um show do Echo and the Bunnymen, como sedia a estréia nacional da turnê do grupo, que se mostra mais que satisfeito por estar em solo tupiniquim novamente.
"O Brasil é diferente de todos os países em que costumamos tocar. Há aquilo que é de conhecimento de todo o mundo, sobre os brasileiros serem pessoas muito amigáveis, mas também considero o país um lugar especial por haver uma lealdade muito forte dos fãs com a banda. Isso sem falar nas praias e nas belezas naturais", explica o guitarrista Will Sergeant, em entrevista ao Caderno G, logo acrescentando, "Esqueci de falar da caipirinha. Sei que temos uma reputação de grandes bebedores de caipirinha, por aí", conta, entre risos.
Divulgando Siberia, seu décimo álbum de canções inéditas, lançado no ano passado mas que chegou às prateleiras brasileiras apenas no último mês de março Sergeant e McCulloch vivem o melhor momento da banda desde 1997. Após uma separação e um período de sete anos sem gravar qualquer trabalho, o grupo (formado pela dupla em Liverpool, em 1978) voltou à ativa naquele ano, sempre com outros músicos completando as vagas deixadas pelos integrantes originais Pete de Freitas baterista morto em um acidente automobilístico em 1989 e Les Pattinson, baixista que deixou o grupo em 1998.
A boa fase deve-se, em parte, à entrada dos músicos Peter Wilkinson (baixo) e Simon Finley (bateria), donos de uma sonoridade muito semelhante às dos dois ex-integrantes, o que vem rendendo a Siberia comparações com álbuns clássicos do grupo como Ocean Rain (1984) e Heaven Up Here (1981) este último também produzido por Hugh Jones, que assina o mais recente disco. "Eu entendo esse tipo de comparação, mas não concordo completamente. Dizer que soamos como há 20 anos poderia significar que demos um passo atrás, sendo que hoje em dia somos musicalmente muito mais capazes. Mas eu não me preocupo com o que escrevem sobre a banda, pois não compro jornais e não os leio. Interessa-me o que o público está achando e eles estão gostando do álbum", analisa.
Mesmo assim, o guitarrista adianta que o repertório do show de logo mais não será composto de novas canções em sua maioria. "Devemos tocar umas três ou quatro músicas de Siberia, as que estão sendo mais elogiadas pelos fãs como Stormy Weather, Scissors in the Sand e In the Margins", adianta. No mais, o conselho é preparar o gogó para entoar refrões como os de "Killing Moon", "Bring on the Dancing Horses", The Cutter", "Lips Like Sugar", "Seven Seas", "Ocean Rain", entre outras pérolas pop. "Amamos essas canções e nunca nos cansamos de tocá-las", revela Sergeant. E o público de ouví-las.
Serviço: Show com Echo and the Bunnymen. Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143). Hoje, às 23 horas. Ingressos a R$ 120 e R$ 60 (estudantes e doadores de uma lata de leite em pó), à venda nas lojas Livrarias Curitiba e pelo site www.ticketcenter.com.br.
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