Será uma espécie de viagem musical para o ouvinte o concerto que a Camerata Antiqua de Curitiba apresenta na Capela Santa Maria (R. Conselheiro Laurindo, 273 – Centro) nesta sexta-feira (17), às 20 horas, e sábado (18), às 18h30.
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Conforme explica Mara Campos, regente titular do coro e nesta apresentação também responsável pela regência da orquestra, o programa vai apresentar e relacionar elementos musicais e temáticas progressivamente, começando pela obra sacra barroca “Cantate Domino”, de Claudio Monteverdi (1567-1643), só para vozes. Seguirá por outra obra do compositor italiano, “Beatus vir”, para coro, cordas e baixo contínuo, feita sobre o Salmo 111 – escrito religioso que dialoga com a obra “Provérbios”, do compositor brasileiro Osvaldo Lacerda (1927-2011), na sequência. E passará por “Evocação das Montanhas”, obra só para orquestra de Henrique de Curitiba (1934-2008), antes de terminar com “Missa Dilígite”, do também brasileiro Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993), que chamava a peça, feita nos anos 1970, de “Amai-vos uns aos outros”.
“É como um roteiro que se abre”, conta Mara. “O ouvinte começa a entrar neste universo com Monteverdi e essa densidade vai aumentando no desenrolar do programa”, descreve.
Além da relação entre as temáticas sacras e entre a nacionalidade dos compositores, que foram contemporâneos (Lacerda foi discípulo de Guarnieri), a regente também explica que há estilos de escrita musical em comum entre as peças – mais especificamente o chamado “contraponto modal”, uma técnica que resulta em uma profusão de linhas melódicas que se entrelaçam e se complementam. “Conforme fomos ensaiando nas últimas semanas, vimos que essa relação realmente existe e tem auxiliado na realização da qualidade dos dois conjuntos, porque o programa começa a fazer mais sentido”, diz Mara.
Mas o mais importante, para a regente, é que a maneira como o programa foi montado funcione para o público, que não precisa conhecer estes aspectos técnicos – embora uma pequena palestra, chamada de “pré-concerto”, seja oferecida 45 minutos antes de cada concerto. “É mais uma conversa sobre os autores e o porquê da escolha do repertório, para que o espectador possa, talvez, ouvir de uma forma mais receptiva, não se intimidar diante de obras sacras ou obras muito sérias da música de concerto. Não tentamos reduzir, mas viabilizar. Qualquer cidadão pode desfrutar deste tipo de linguagem”, defende Mara.
“Na montagem do programa, me preocupo bastante com como o público vai reagir, como uma obra mais distanciada do público pode entrar, o que combinaria. Porque o concerto tem de ser um momento de celebração, e essa celebração não pode morrer no palco. Ela tem que ser vivenciada pela plateia.”
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