A nova fase de crescimento da produção de cinema brasileiro está sendo acompanhada pelo aumento do número de festivais do gênero no país. Existem atualmente no Brasil mais de uma centena de mostras de audiovisual algumas realizadas por gente competente, que está no mercado há muito tempo; outras, por quem apenas está disposto a faturar em eventos geralmente feitos com recursos públicos (via leis de incentivo fiscal).
Para conseguir destaque em meio a tantas opções é necessário se diferenciar. Foi o que aconteceu com o Cine Ceará, que abre hoje sua 16.ª edição transformado em festival ibero-americano o evento já teve diversas fases, inclusive uma internacional, e, nos últimos anos, estava centrado apenas na produção nacional.
A mostra, que acontece em Fortaleza até o dia 8 de junho, vai destacar 11 longas-metragens em língua portuguesa e espanhola e 26 curtas-metragens brasileiros. "Estamos criando a mostra ibero-americana em um momento ótimo da produção brasileira, não é por falta de filmes nacionais. Todo mundo vai competir junto porque o cinema brasileiro não fica devendo nada a ninguém", afirma Wolney Oliveira, cineasta e organizador do evento cearense. O festival selecionou apenas dois longas brazucas, entre eles, As Tentações do Irmão Sebastião, do cearense José Araújo, que abre hoje, às 20h30, a mostra competitiva no Centro Cultural Sesc Severiano Ribeiro, localizado na Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza.
A segunda produção nacional da competição é Agostinho da Silva Um Pensamento Vivo, do baiano João Rodrigo Mattos. Completam a lista dos selecionados da categoria, que disputam um prêmio de US$ 10 mil: Al Outro Lado, de Natalia Almada (México); Barrio Cuba, de Humberto Solas (Cuba/Espanha); El Comite, de Mateo Herrera (Equador); El Custodio, de Rodrigo Moreno (Argentina/Uruguai/França/Alemanha); Iluminados por El Fuego, de Tristan Bauer (Argentina); Invierno en Bagdad, de Javier Corcuera (Espanha); Madeinusa, de Claudia Llosa (Peru/Espanha); Maroa, de Soveig Hoogesteijin (Venezuela/Espanha); e Play, de Alicia Scherson (Chile/Argentina).
"Aumentamos o período do festival de sete para dez dias porque queremos ser não só o maior festival de cinema do Brasil, mas também ocupar um espaço importante no contexto ibero-americano. Os grandes festivais de cinema têm no mínimo dez dias de programação", explica Oliveira sobre a extensão do evento na edição 2006, lembrando que a intenção do festival é aumentar o prêmio para longas nos próximos anos, chegando até a um prêmio de co-produção. O incentivo às parcerias com o mercado estrangeiro também é uma meta do evento, que terá a participação de distribuidores e produtores internacionais.
Outra alteração importante na organização do Cine Ceará aconteceu na categoria de curtas-metragens, que tem o documentário Viva Volta, de Heloísa Passos, como representante paranaense. "O festival não divide mais os filmes por bitola ou gênero. Competem juntos obras de ficção, documentário ou animação, feitos em 16mm, 35mm, vídeo beta ou digital (a partir de 700 linhas). Adotamos ainda o padrão da Ancine: os curtas têm duração de no máximo 15 minutos", confirma Wolney.
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