No próximo dia 17 de março a cantoria Elis Regina iria completar 70 anos, não tivesse morrido em janeiro de 1982 em circunstâncias ainda mal explicadas. “Tenho certeza de que ela ainda estaria atuante, cantando, brigando e sem papas na língua”, aposta Yeda Godoy Sabbag, uma das sócias do Dizzy Café Concerto e fã ardorosa da cantora.
Para homenagear o legado de Elis Regina, a casa que programa música ao vivo todos os dias em Curitiba vai realizar o festival Elis, Essa Mulher durante o mês que fecha o verão brasileiro.
Em todas as quartas-feiras de março, duas cantoras curitibanas de idades e estilos diversos interpretam o repertório de fases diferentes da carreira de Elis. A temporada começa nesta quarta-feira (4) com a apresentação de Giseli Canto e Carine Luup. Na semana seguinte, no dia 11 de março, as cantoras Kátia Drummond e Laís Mann dividem o palco. No dia 18 , Rogéria Holtz e Iria Braga reinterpretam Elis e cabe às cantoras Michelle Mara e Ana Cascardo o show de encerramento do festival.
Programe-se
Todas as quartas-feiras de março, às 21h, no Dizzy Café Concerto. (R. Treze de Maio, 894, São Francisco). Ingressos a R$ 15. Informações e reservas: (41) 3527-5060.
As cantoras serão sempre acompanhadas do trio formado pelo baterista Endrigo Bettega, o baixista Tiago e Duarte e o pianista Jeff Sabbag, também sócio da casa e diretor musical do festival. Os sócios tiveram em conjunto a ideia dos concertos em homenagem a Elis, bem como quem seriam as cantoras convidadas, explica Yeda.
“Quando a gente começou a olhar a obra, pensamos em cantoras que pudessem interpretar fases diferentes da carreira dela. A gente quis colocar cantoras para mesclar todas as facetas de Elis, essa mulher alegre e triste que não tinha vergonha de abrir o peito e sangrar em público”, disse.
Nova biografia será lançada neste mês
Uma nova biografia da cantora Elis Regina tem lançamento programado para o dia 17 de março, dia em que a cantora gaúcha completaria 70 anos de vida.
Leia a matéria completaNo que toca ao repertório dos shows, a direção musical buscou fugir dos grandes sucessões que se tornaram lugares comuns do imaginário da MPB, desgastados por incontáveis execuções em bares no estilo banquinho e violão nas últimas três décadas. Portanto, quem for ao Dizzy para o festival, não irá cantar “O Bêbado e o Equilibrista” ou “Arrastão”.
“Vamos fugir dos chavões. A maioria das músicas são canções lados B de discos da Elis”, adverte Yeda, observando que, em vida, Elis construiu a fama de ser a cantora que mais deu oportunidade a autores inéditos, como os então desconhecidos Aldir Blanc, Gilberto Gil ou Ivan Lins. O Dizzy pretende ainda fazer um quinto show em abril com todas as cantoras reunidas, este ainda não confirmado. “Elis é a maior cantora do país. Em seu tempo também existiram grandes cantoras, mas nenhuma com aquela carga de loucura ‘elisisana’. Foi minha musa e heroína na adolescência. A falta dela mudou o rumo da música brasileira”, conclui Yeda.
Nova biografia será lançada neste mês
Uma nova biografia da cantora Elis Regina tem lançamento programado para o dia 17 de março, dia em que a cantora gaúcha completaria 70 anos de vida. Escrito pelo jornalista Julio Maria, repórter cultural do jornal O Estado de S. Paulo, o livro se chamará Elis Regina – Nada Será Como Antes e será publicado pela editora Master Books.
A biografia escrita por Maria foi autorizada pelos herdeiros de Elis e reconta a história da cantora ao longo de 424 páginas, com base em 126 entrevistas inéditas feitas pelo autor e em documentos de arquivo.
O livro chega ao mercado exatamente trinta anos depois da primeira edição da controvertida biografia Furacão Elis (Nórdica, 1985), escrita pela jornalista Regina Echeverria. Lançado apenas três anos depois da morte da cantora, o livro baseou-se em entrevistas e relatos da própria autora, que tinha uma relação próxima com Elis.
Ainda que o conteúdo do livro de Echeverria tenha desagradado os herdeiros da cantora, os músicos Pedro Camargo Mariano e Maria Rita e o produtor João Marcelo Boscoli, a família nunca tentou restringir judicialmente a circulação da obra.
Com mais de cem mil cópias vendidas desde o primeiro lançamento, segundo sua autora, Furacão Elis ganhou uma segunda edição em 2012, pela editora Leya. A maior polemica suscitada pelo biografia diz respeito às circunstâncias da morte de Elis que, de acordo com Echeverria, se deu por uma overdose acidental de cocaína.
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