Mayra Alarcón está em Mar Negro, de Rodrigo Aragão, uma das produções nacionais do festival| Foto: Divulgação

programe-se

Grotesc-O-Vision

Cinemateca de Curitiba (R. Presidente Carlos Cavalcanti, 1.174), (41) 3321-3310. De 28 de fevereiro a 3 de março. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada). Mais informações no site www.vigormortis.com.br. Para participar da oficina de interpretação para o cinema, com Emiliano Romero, é necessário se inscrever pelo e-mail: vigormortis@vigormortis.com.br.

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Nervo Craniano Zero em DVD

Será lançado hoje em Curitiba, às 20 horas, no Vox Bar (R. Barão do Rio Branco, 418), a versão em DVD do filme Nervo Craniano Zero (2012), terceiro trabalho da companhia Vigor Mortis. Viabilizado no ano passado pelo sistema de financiamento colaborativo Catarse, o material traz, além do filme, extras exclusivos, como faixa de áudio comentada pelo diretor Paulo Biscaia Filho, imagens de testes de elenco e slideshow com fotos. O ingresso para a festa custa R$ 20, e dá direito a uma cópia do filme. Quem apoiou o projeto pelo Catarse entra no lançamento gratuitamente.

Programe-se

Saiba quando e onde ver os filmes que integram a 2ª edição do Grotesc-O-Vision:

Sexta-feira, 28

Às 18 horas

• Him Indoors, Paul Davis (Reino Unido, 2012)

Às 20 horas

• Encosto, Joel Caetano (Brasil, 2013)

• Thanatomorphose, (longa-metragem), Éric Falardeau (Canadá, 2013)

Sábado, 1º de março

Às 16 horas

• For NoEyesOnly, (longa-metragem), Tali Barde (Alemanha, 2012)

Às 18 horas

• Metaxu: Sequência 1, Kapel Furman (Brasil, 2013)

• Topos, (longa-metragem), Emiliano Romero (Argentina, 2011)

Às 20 horas

• O Estripador da Rua Augusta, Felipe Guerra (Brasil, 2014)

• Mar Negro, Rodrigo Aragão (Brasil, 2013)

Domingo, 2 de março

Às 16 horas

• On Air, (longa-metragem) Marco Riedl e Carsten Vauth (Alemanha, 2013)

Às 18 horas

• The Body, Paul Davis (Reino Unido, 2013)

• An American Terror, (longa-metragem), Haylar Garcia (EUA, 2013)

Às 20 horas

• Him Indoors, Paul Davis (Reino Unido, 2012)

Segunda-feira, 3 de março

Às 16 horas

• Encosto, Joel Caetano (Brasil, 2013)

• Thanatomorphose, (longa-metragem), Éric Falardeau (Canadá, 2013)

Às 18 horas

• O Estripador da Rua Augusta, Felipe Guerra (Brasil, 2014)

• Mar Negro, Rodrigo Aragão (Brasil, 2013)

Às 20 horas

• O Coração Que Falava Demais, Paulo Biscaia Filho (Brasil, 2013)

• Coyote, (longa-metragem), Trevor Juenger (EUA, 2013)

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Os pesadelos e alucinações de um escritor perturbado são o tema de Coyote, de Trevor Juenger

De que os zumbis são um dos principais elementos do carnaval curitibano, ninguém duvida. Desde o ano passado, a tradicional marcha dos mortos-vivos, que acontecerá no domingo, 2, ganhou um baita complemento: o festival de cinema de horror Grotesc-O-Vision, organizado pela companhia de teatro Vigor Mortis com apoio da Fundação Cultural de Curitiba. A iniciativa complementa o circuito carnavalesco alternativo, ao lado do Psycho Carnival e da Zombie Walk. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) por sessão.

A partir desta sexta-feira, o público poderá conferir a programação que engloba longas e curtas-metragens de horror brasileiros e estrangeiros, de países como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Grã-Bretanha e Argentina. O festival abre com o curta Him Indoors, do inglês Paul Davis, sobre um serial killer cujo "único" problema é a agorafobia (pânico de multidões).

Outra atração é o brasileiro Encosto, de Joel Caetano, cuja estreia ocorreu no Festival Aurora – Mostra de Cinema de Horror, no México, e já ganhou três prêmios nos festivais Fantasnor e Guarú Fantástico. O Estri­­pador da Rua Augusta, de Felipe Guerra e Geisla Fernandes, será exibido pela primeira vez. "É um filme viabilizado pelo Catarse (sistema de financiamento colaborativo), e faz a estreia mundial aqui em Curitiba", conta o idealizador e curador do festival Paulo Biscaia Filho. Depois da sessão, que ocorre no sábado, os diretores realizarão um bate-papo com o público.

Biscaia destaca ainda a vinda do diretor argentino Emiliano Romero, que ministra no último dia do evento, das 14 às 16 horas, uma palestra gratuita com o tema interpretação para cinema. Outra oficina do festival (esgotada), é a de Maquiagem de Horror, com Rodrigo Aragão, diretor de Mar Negro. O curso, com duração de três dias, lotou há mais de um mês. "Não imaginávamos que teria tanta procura", diz Biscaia.

Além dos filmes e das oficinas, o público poderá conferir no saguão da Cinemateca uma feira de produtos de horror, com camisetas, DVDs, games, e livros de editoras como Estronho e Esquésito.

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Países

A diversidade na nacionalidade dos filmes foi uma das prioridades do curador. "É algo muito importante, que se pudesse, faria até mais. Mas o festival ainda está crescendo, e conto muito com outros contatos que realizo em festivais do gênero." Segundo ele, talvez os filmes deste carnaval 2014 estejam "menos sangrentos" do que os do ano passado, mas assegura que o conjunto é de qualidade superior. Só não aceita dizer quais filmes são os mais importantes. "Aí é igual escolher filho", brinca.

Opinião

Rodolfo Stancki, editor do blog Espanto e repórter da Gazeta do Povo

Filme utiliza efeitos artesanais para desbravar o "horror nacional"

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O cineasta capixaba Rodrigo Aragão colocou as praias de Guarapari no mapa do cinema brasileiro. Mas, ao contrário da aparência paradisíaca que a cidade costuma apresentar em folhetos turísticos, na obra do diretor ela ganha contornos de podridão, e é habitada por monstros marinhos e seres carnívoros moribundos. Mar Negro, que será exibido no sábado no Grotesc-O-Vision, é o expoente dessa perspectiva. Encerrando sua trilogia negra – composta por Mangue Negro (2008) e A Noite dos Chupacabras (2011) –, o cineasta cria no filme uma narrativa repleta de efeitos visuais artesanais pouco vistos no cinema nacional, e ainda consegue dar espaço para mensagens ambientalistas.

Aragão representa um movimento de cineastas brasileiros que tentam desbravar o "horror nacional", e geralmente o fazem às margens do sistema. Honrando o legado de diretores como José Mojica Marins (o Zé do Caixão) e Ivan Cardoso, esses brasileiros apostam em parcos recursos e muita criatividade para dar vida a monstros inteiramente tupiniquins. No Grotesc-O-Vision, podemos ver um pouco desse trabalho nos curtas-metragens de Felipe Guerra e Geisla Fernandes (O Estripador da Rua Augusta), Kapel Furman (Metaxu: Sequência 1) e de Paulo Biscaia Filho (O Coração Que Falava Demais).