• Carregando...
 | Sossella
| Foto: Sossella

São Paulo – Na novela das seis, Desejo Proibido, exibida pela RPC TV, Letícia Sabatella faz uma mulher oprimida pelo marido que se apaixona pelo jovem médico da cidade. Nesta entrevista, a atriz reconhece que tem tido a sorte de ganhar papéis densos nos seus 17 anos de carreira na TV, mas que ainda lhe falta uma "vilãzona clássica" no currículo. Sabatella diz que não quer mais repetir papéis e que seu grande projeto é se dedicar a "trabalhos que tenham a ver com a brasilidade".

Em Desejo Proibido, você interpreta uma mulher reprimida que se torna adúltera. Fale sobre a personagem.Tenho tido a sorte de ganhar papéis densos. Se bem que Latifa (de O Clone) era mais puxado para o humor. Sempre acho que tenho de aprender alguma coisa nova em cada trabalho, não dá para estar nessa profissão sem desafios. A Ana, de Desejo Proibido, é uma mulher inteira, que vive o dilema de escolher ser ela própria ou se enquadrar na fôrma machista que o marido impõe. Acho que ela é louca.

Como você recebe críticas?Depende de como elas vêm. Quando elas se restringem ao meu trabalho é normal, mas quando entra no âmbito pessoal, dói. Se bem que tive a sorte de não sofrer até hoje nenhuma crítica devastadora. Quando fiz O Clone, houve uma crítica negativa à minha personagem, mas, depois, até a pessoa que escreveu mudou de opinião a respeito de Latifa. Foi duro quando Irmãos Coragem passou por muitas mudanças porque se concluiu que minha personagem tinha mais o perfil do horário das oito do que das seis.

A segunda jornada de Hoje É Dia de Maria foi o seu melhor trabalho na tevê?Gostei muito das minisséries Agosto, A Muralha, JK, Um Só Coração. Tenho uma identificação muito grande com Luiz Fernando Carvalho (diretor de Hoje É Dia de Maria), ele é um mestre que busca uma outra linguagem, experimenta na televisão. O primeiro trabalho que fiz na tevê foi com ele: o especial Os Homens Querem Paz, em 1990. Nunca fiz nada tão bom na televisão como Hoje É Dia de Maria, em que vivi vários personagens e tínhamos uma relação íntima com a produção.

Onde Carvalho descobriu você?Eu nasci em Belo Horizonte, mas fui criada em Curitiba. Fazia faculdade de teatro e trabalhava com Marcelo Marchioro no repertório de Shakespeare quando Emílio de Biasi (diretor) me viu em um espetáculo, levou um vídeo de meu trabalho e o Luiz Fernando me chamou.

Qual trabalho lhe deu mais popularidade? E o que deu maior prestígio? A personagem Taís, de O Dono do Mundo (1991), me deu visibilidade. A partir dessa novela, todo mundo começou a me procurar. As minisséries me deram prestígio, Irmãos Coragem, na qual fiz duas personagens, também. Mas Hoje É Dia de Maria renovou minhas possibilidades, porque agregou mais para a minha imagem.

E qual o que mais a frustrou? Todos os trabalhos acabam trazendo uma carga de frustração. Já em O Dono do Mundo, percebia que eu não tinha a agilidade que a novela exige. Nem conseguia me ver na novela. Estou sempre sentindo frustração como atriz. Em Páginas da Vida (em que fez a freira Lavínia), meu trabalho não foi desafiador. Depois dos 35 anos (ela tem 36) quero fazer coisas novas.

Por que nunca fez uma vilã? Não sei, mas acho que daqui um pouco vou dar um toque e ver se alguém me chama para fazer uma vilãzona clássica.

Você tem sido muito requisitada pelo cinema?Fiz sete filmes. Não por Acaso, de Felipe Barcinski, foi lançado este ano, e ainda vai estrear Romance, de Guel Arraes. Estou sempre recebendo convites, mas muitas vezes não dá para conciliar a agenda.

Qual é a avaliação que você faz da tevê hoje?Há uma variedade na tevê paga muito grande. Na rede aberta há bons e maus programas. Se houvesse mais programas como Castelo Rá-Tim-Bum, Hoje É Dia de Maria e A Pedra do Reino (também de Luiz Fernando Carvalho), a nossa televisão seria melhor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]