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A Casa Andrade Muricy inicia o mês de agosto apresentando duas exposições, com abertura hoje, às 19 horas: Cartas, que reúne pela primeira vez em Curitiba desenhos e pinturas do artista plástico gaúcho Alfredo Aquino, e Qhapaq Ñan – O Caminho dos Incas, um conjunto de 80 fotografias que revelam o histórico trajeto e sua importância para a integração cultural nos Andes.

A arte sem o público não faz sentido. A partir desta constatação, Alfredo Aquino constrói a série Cartas. O artista explica que cada uma das 60 telas que expõe é uma forma de se comunicar com as pessoas utilizando uma semântica própria. "A carta é um objeto muito intimista. Gosto de dizer que há uma troca de correspondência entre mim e o público", justifica.

A série já foi exibida no Museu de Arte do Rio Grande do Sul e rendeu a Aquino o prêmio de melhor exposição de arte contemporânea do Estado. Para a mostra em Curitiba, ele aproveitou o espaço do museu para produzir alguns desenhos inéditos – no total, são 15 óleos sobre tela e 45 desenhos.

A linguagem utilizada por Aquino passa longe das palavras. Nas pinturas, "falam" elementos como a cor, a pincelada, a transparência. Nos desenhos, todos em preto e branco, há uma "escrita sem letras", feita com o grafismo próprio de instrumentos como penas caligráficas, pincel e lâmina de canivete sobre cartão. Ele também testa a interação entre os desenhos e as pinturas, misturando-os na mesma sala.

Artista plástico desde 1973, Aquino já realizou diversas exposições no Brasil e na França, entre elas três individuais no Museu de Arte de São Paulo (Masp). No ano passado, produziu 200 desenhos para a série Cartas, reunidos no livro homônimo (Iluminuras, R$ 60), que será lançado hoje, na abertura da exposição. Alternam-se aos textos, 21 cartas escritas por personagens fictícios, elaboradas pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão.

Caminhos dos Incas

Qhapaq Ñan, no dialeto peruano Quechua, significa Caminho dos Incas. A exposição, trazida ao Brasil por iniciativa do Consulado do Peru em São Paulo, revela a quase infindável variedade de paisagens que se alternam ao longo dos 23 mil quilômetros do Caminho já registrados pelos arqueólogos: montanhas nevadas, vales cobertos por bosques verdes, territórios áridos. O Caminho dos Incas – que leva à Machu Pichu – representa 5 dos 7 mil quilômetros que totalizam a Cordilheira dos Andes. "É uma rede de comunicação completa, com caminhos bem traçados, que à época da colonização, deixou os espanhóis muito surpresos", conta Adela dos Reis Lopes, presidente da Associação Peruana no Brasil.

A exposição percorre diversos países e tem como principal objetivo divulgar o trajeto histórico e seu valor histórico e cultural.

Serviço: Exposições Cartas, do artista Alfredo Aquino, e Qhapaq Ñan – O Caminho dos Incas. Casa Andrade Muricy (R. Dr. Muricy, 915), (41) 3321-4786. Abertura hoje, às 19 horas. De terça a sexta, das 10 às 19 horas. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 16 horas. Entrada franca. Até 3 de setembro.

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