A administração do metrô de Paris substituiu o famoso cachimbo do personagem Monsieur Hulot, criado e interpretado pelo cineasta Jacques Tati, por um catavento. A imagem modificada está nos cartazes que anunciam a exposição dedicada a Tati, na Cinemateca da capital francesa. A mudança na fotografia se deve à Lei Evin, que, há 18 anos, proíbe, na França, a publicidade direta ou indireta de álcool e tabaco. "Nosso departamento jurídico entendeu que o cartaz era contrário à lei. Várias campanhas já foram alteradas", afirmou a Métrobus, a companhia de metrô e ônibus de Paris. E a polêmica se instaurou na cidade.
- É ridículo - afirmou o ex-ministro da Saúde Claude Evin, que deu nome à lei. - A legislação foi aprovada para proibir a propaganda. Não estamos nessa situação. Trata-se de um patrimônio cultural que faz parte da nossa cultura cinematográfica - disse ele, acrescentando que a polêmica poderia prejudicar a luta contra o tabagismo.
O cineasta Costa Gavras, presidente da Cinemateca, também classificou o episódio de "absurdo e ridículo". A Sociedade de Realizadores Franceses e o Sindicato Francês de Críticos de Cinema pediram que os cartazes sejam substituídos pela imagem original. Em comunicado conjunto, as associações acusaram a Métrobus de "apresentar uma imagem deformada e alterada que atenta contra a integridade e o espírito da obra de Jacques Tati, uma infração prevista no código de propriedade intelectual".
Tati não foi a primeira vítima da Lei Evin. Em 1996, um selo de André Malraux com um cigarro foi retocado pelos Correios. E, em 2005, foi Jean-Paul Sartre que teve seu cigarro amputado pela Biblioteca Nacional da França, nos cartazes utilizados para uma exposição dedicada a ele.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Deixe sua opinião