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Lojas funcionaram no local, que também abrigou um hotel | Arquivo Ippuc/Divulgação
Lojas funcionaram no local, que também abrigou um hotel| Foto: Arquivo Ippuc/Divulgação

Agenda

Confira a programação do Galpão Thá Cultural para os próximos dias:

Sábado, dia 27

11 horas: Os visitantes serão fotografados pelo profissionais da XIS Fotos e as imagens serão reveladas no local.

14 horas: A Rede de Estudantes de Intercâmbio de Curitiba promove o PICNIC Tandem, reunião para troca de experiências.

Domingo, dia 28

14 horas: Palestra A Nova Economia É Criativa!, com ideias e tendências para o futuro dos negócios. Atividade práticas às 15 horas.

O galpão conta com espaços fixos do Brooklyn Coffee Shop, Lolitas Coiffure (salão de beleza), Colete & Corselet (moda vintage), Paleteria (sorvetes mexicanos) e Amaury Lúcio (bijuterias finas), além de uma instalação da designer Lisa Simpson.

O espaço funciona de terça a domingo, das 11 às 18 horas, com entrada gratuita pela R. Pres. Faria, 181.

  • Apenas parte da fachada restou após um incêndio nos anos 90

Um antigo casarão situado à Rua Riachuelo, 110, construído no início dos anos 1930, será totalmente restaurado conforme sua arquitetura original, a partir do mês de setembro. Após reconstruído, o imóvel – devastado por um grande incêndio em 1991 e desde então, abandonado – terá seus pavimentos divididos entre uma área comercial e a entrada do residencial Arts, empreendimento do Grupo Thá. Enquanto a construção não tem início, o espaço vem sendo utilizado como um Galpão Cultural, cuja programação inclui shows, palestras e oficinas.

Histórico

Representante do estilo eclético com linhas art decò, o casarão remete aos primórdios da ocupação do espaço urbano curitibano no século 17. Construído no início da década de 1930, por Guilherme Weiss, comerciante e fabricante de cerâmica, o imóvel era formado por três pavimentos e com espaço para quatro lojas no térreo. O andar superior era ocupado pelo Hotel Martins, que oferecia almoço e hospedagem a um público predominantemente formado por estudantes universitários. Poucos anos depois, os irmãos José e Diogo Muggiati se instalaram na parte comercial do casarão, onde passou a funcionar uma fábrica e uma das mais importantes lojas de calçados da época. A loja passou a vender eletrodomésticos no final da década de 1940.

Em 1973, a loja Muggiati encerrou suas atividades, dando lugar à firma de joias e relógios Heisler, Dalit & Cia. Seis anos depois o local foi novamente ocupado por uma loja de calçados, a Jezzini, e, até 1991, diversas lojas funcionaram no local.

Em agosto do mesmo ano, o casarão foi destruído por um grande incêndio, deixando intacta somente parte da fachada. Desde então, permaneceu completamente abandonado, intensificando a desvalorização da região do Paço.

Revitalização

Os arquitetos Ivilyn Wei­gert e Leandro Gilioli, da empresa Arte Maggiore, foram contratados pela Thá para fazer o restauro do imóvel, classificado como uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) pela Prefeitura de Curitiba. "Não se trata de reforma, em que se consideraria somente a matéria – mas sim de restauro, situação na qual são avaliados os fatores históricos e culturais do imóvel", explica Gilioli, professor do curso de Arquitetura da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

"Nós fizemos uma reconstituição por meio de fotos antigas, de modo a recompor a volumetria original de todas as esquadrias do casarão", afirma Ivilyn, especialista em restauro e autora do projeto de revitalização do casarão.

Para o historiador Mar­celo Sutil, da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), é necessária uma visão equilibrada quanto à manutenção desse tipo de local. "O ato de resguardar o patrimônio histórico não pode congelar a cidade, pois assim ela viraria um museu", pondera. No entanto, Sutil reforça a importância da preservação dos monumentos culturais, ao comentar que cada um deles faz parte da memória do nosso espaço. "Curitiba só tem a ganhar culturalmente com a conservação, sobretudo pelo sentimento de pertencimento que isso traz às pessoas. Preservar a arquitetura, a técnica construtiva e os seus arranjos significa manter viva a memória da cidade", finaliza.

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