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Retrato de Elizabeth Taylor feito de diamantes: influência da arte norte-americana | Reprodução
Retrato de Elizabeth Taylor feito de diamantes: influência da arte norte-americana| Foto: Reprodução

Uma espécie de "lado B" da produção do badalado Vik Muniz irrompe do volumoso catálogo raisonné da sua obra, que acaba de ser lançado no Brasil.

No país, é um caso único esse tipo de catálogo referencial ser de­­di­­cado à obra de um artista vivo. Ape­­nas nomes como Portinari (1903-1962) e Tarsila do Amaral (1886-1973) tiveram toda a produção organizada em publicações do tipo.

Nas 710 páginas da edição, lançada pela editora Capivara, há o re­­gistro da produção mais famosa do artista, a fotografia que faz referência a obras-chave da história da arte.

Mas há também objetos estranhos, imagens inspiradas no minimalismo norte-americano e até uma série erótica, entre outras peças.

"Sinceramente, havia coisas que não tinha a menor ideia de que tinha feito, parece que tinham sido apagadas da minha cabeça", conta Muniz, de 47 anos.

Séries menos conhecidas influenciaram sua decisão de produzir novamente objetos, centro de sua próxima exposição no Brasil, em setembro do ano que vem, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio.

"O catálogo é como se fosse apresentado a você uma grande árvore. Cada galho e bifurcação é um lado da sua produção, que poderia ter sido desenvolvido e não foi por um ou outro motivo. Mas você sempre pode voltar neles", diz o artista.

Na publicação, fica clara a influência da arte norte-americana no desenvolvimento da obra de Muniz. O minimalismo e até a land art (gênero da arte onde as condições naturais são decisivas para a criação de uma obra de arte) passeiam por algumas séries do artista.

"Cheguei em 1983 nos Estados Unidos. Toda a minha carreira foi desenvolvida por aqui. Por isso, considero muito importantes no­­mes como Robert Smithson, Wal­­ter De Maria e Robert Morris", diz.

Para Muniz, sua arte começou a ganhar corpo em 1996, com a série Crianças de Açúcar.

"Os anos 90 tinham sido ruins. Estava pensando em abandonar essa coisa de ser artista. Aí expus essa série em uma pequena galeria do SoHo e foi um sucesso, deu uma grande repercussão. Expus no MoMA (o Museu de Arte Moderna de Nova York) logo depois."

Muniz deve ir no fim de janeiro para a pequena Park City, em Utah, acompanhar a sessão de Lixo Extraordinário no Festival Sundance. A produção mostra o artista criando peças no aterro do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ).

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Serviço

Vik Muniz – Obra Completa, 1987-2009, de Pedro Corrêa do Lago (org.). Capivara, 710 págs., R$ 198.

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