Detalhe de obra de Wassily Kandinsky, que ganhará mostra| Foto: Divulgação

Kandinsky será a principal estrela do Centro Cultural Banco do Brasil em 2014. O CCBB vai receber 50 obras do artista russo e criará umas área interativa para que o público tenha uma "compreensão sinestésica" de sua obra. A mostra de Wassily Kandinsky (1866-1944) vem na esteira das exposições internacionais blockbusters que o CCBB tenta trazer ao país desde o início dos anos 2000 (quando expôs Surrealismo, com recorde de visitação de 11 mil pessoas por dia).

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De lá para cá, as artes visuais ocupam lugar de prestígio no montante que o Banco do Brasil destina à programação de seus centros culturais — são, ao todo, R$ 42 milhões, divididos entre os espaços de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O calendário completo (de julho deste ano a dezembro de 2014) doi divulgado na última quinta-feira.

A mostra de Kandisnky reúne trabalhos do Museu de São Peterburgo, na Rússia, e de colecionadores dispersos pela Europa. A força-tarefa para trazer as obras ao Brasil (numa importação temporária, que reduz as taxas alfandegárias) ficou menos complicada, reflexo do prestígio que a instituição conseguiu no meio das artes visuais desde 2011, quando o jornal The ArtNewspaper anunciou que o CCBB tinha abrigado a exposição mais vista do mundo naquele ano (O Mundo Mágico de Escher, com 9.724 pessoas por dia, agora em cartaz em Curitiba).

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Desde então, a instituição conseguiu trazer ao país parte da coleção impressionista do Museu d’Orsay, recebeu esculturas do inglês Antony Gormley e, segundo o diretor do CCBB-Rio, Marcelo Mendonça, são cada vez mais frequentes as visitas e ofertas estrangeiras.

É o caso de Kandinsky, oferta de uma diretora do Museu de São Petersburgo. E também de Elles, do Centro Pompidou, mostra com 75 obras de mulheres que o CCBB carioca abre em 23 de maio.

"Fui a um encontro na França e estive com o diretor do Pompidou, e a primeira coisa que ele perguntou foi: ‘Que instituição é essa tão bem visitada?’ Do interesse dele, fechamos Elles, conta Mendonça.

Apesar do bom momento, no ranking seguinte do ArtNewspaper, de março passado, o CCBB caiu para o segundo lugar com a segunda exposição mais vista do mundo em 2012 — Amazônia teve 7.928 visitantes/dia e perdeu para uma no Tokyo Metropolitan Art Museum, que atraiu 10.573 visitantes por dia.

Destaques

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Na agenda de 2014, há ainda uma mostra de fotografia da Maison Européenne de la Photographie, Amour, Amour, Amour, com imagens sobre o tema amor, prevista para o primeiro semestre. Há também exposições nacionais, como Resistir É Preciso, que abre 2014 com a lembrança dos 50 anos do Golpe de 1964, e uma retrospectiva de Milton Machado, pintor, desenhista e escultor cuja obra nasceu nos anos 1970.

Se nas artes plásticas as estrelas são internacionais, no teatro são as criações brasileiras que tem destaque. A principal delas é Cássia Eller — Um Musical, com direção de Ernesto Piccolo, sobre a cantora (1962-2001). Há ainda a estreia de Lá Fora Vai Estar Chovendo Sempre, de Gero Camillo com Camila Pitanga; de O Contrato, com direção de Yara de Novaes e com Débora Falabella; e O Sistema Único, dirigida por Lázaro Ramos e estrelada por Taís Araújo.

Na música, listam-se homenagens a Vinicius de Moraes, ainda em 2013, e a Dorival Caymmi, no início de 2014. No cinema, o perfil de selecionados se aproxima da pegada internacional que se vê na agenda de artes visuais. Estão previstas mostras com diretores como Francis Ford Coppola, Godard e Quentin Tarantino.