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Rita Formiga, a personagem da peça homônima que Guta Stresser está estreando nacionalmente em Curitiba, é uma revolucionária dos costumes no fim dos anos 60. Atriz carioca, ela fala em seguidos telefonemas sobre as suas aventuras românticas e comportamentais no Rio de Janeiro. Todas as conversas, no texto, escrito por Domingos de Oliveira, têm a mesma estrutura: Rita fala com uma amiga, usando o aparelho de seu vizinho, um escritor que não consegue trabalhar enquanto ela está em seu apartamento.

A comédia é singela, toda baseada em costumes. A trama não tem bem um desenvolvimento, um clímax, algo que faça o espectador torcer ou esperar. Embora a cada cena Rita Formiga se afunde mais em sua boemia compulsiva e tenha uma novidade sexual ou alcoólica para contar, nunca fica decidido em que direção a peça está caminhando.

Tudo está centrado no humor das farras da personagem, que hoje são bem menos impressionantes do que seriam no Rio de Janeiro dos anos 60. As bebedeiras, o sexo casual, as noites sem dormir, tudo isso deixou – feliz ou infelizmente – de ser novidade para as mulheres de nossa época. E, com isso, as cenas deixam de ser exóticas como deveriam.

O melhor da peça é certamente a própria Guta Stresser, carismática como sempre e esbanjando talento. Já houve quem dissesse que ela é uma das melhores atrizes brasileiras de sua geração. Talvez não seja exagero. Ela é tão boa que, no caso de Rita Formiga, até faz o texto parecer melhor do que realmente é. Para os fãs, é uma boa oportunidade de ver a curitibana de perto, depois de dez anos de vida no Rio de Janeiro. (RWG) GGG

* Rita Formiga. Guairinha (R. XV de Novembro, s/n.º), (41) 3315-0979. Texto de Domingos de Oliveira e Maria Gladis. Direção de Domingos de Oliveira. Com Guta Stresser e Claudio Tizo. Hoje e amanhã, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. R$ 30. Classificação 16 anos.

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