A invasão do campo experimental de sementes da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná, nesta terça-feira, organizada pela Via Campesina (que agrega movimentos como o MST), provocou eco entre os centros de pesquisas agropecuários no Paraná. O temor é de que as manifestações se propaguem.
O diretor-executivo da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), um dos centros pioneiros em pesquisa de transgênicos no país, com sede em Cascavel, Ivo Carraro, diz que esse tipo de comportamento é imprevisível. "As invasões aos centros de pesquisas trazem muita preocupação para todos nós. E infelizmente temos poucos mecanismos para evitar esse tipo de situação."
Em nota, a Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas do Paraná (Apasem) repudia a invasão. "Não podemos admitir o início da baderna contra o setor produtivo e, pior, com o incentivo de lideranças conhecidas pela truculência", afirma o presidente da Apasem, Luiz Meneghel Neto.
Nilda Barbosa, uma das líderes da ocupação, diz que todos os centros de pesquisas de transgênicos são alvos em potencial. "O movimento vai tentar fechar todos porque defendemos uma agricultura sem veneno", afirma.
O segundo dia da invasão segue tranqüilo. Cerca de mil manifestantes prometem sair do local só após o fechamento da empresa. A multinacional estuda medidas judiciais.
A Via reivindica interdição da empresa por fazer experimentos transgênicos dentro da zona de amortecimento (raio de 10 quilômetros em torno do Parque Nacional do Iguaçu), o que é proibido. O cultivo já foi embargado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Em nota oficial, a Syngenta garante que as pesquisas seguem a legislação. A empresa informa que a soja tolerante ao glifosato (RR) tem plantio aprovado em todo o território nacional, sem necessidade de autorização específica para pesquisas.
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