O ministro da Cultura, Marcelo Calero, abandonou um festival de cinema em Petrópolis (RJ) após ser chamado de “golpista” por parte da plateia. O incidente aconteceu na noite desta sexta (2), no Museu Imperial.
Em imagens gravadas por manifestantes, o ministro se exalta, faz gestos ofensivos e troca insultos com participantes do protesto.
Numa das cenas, ele gira o polegar de uma mão sobre a palma da outra, em sinal associado a roubo. Não é possível ouvir o que Calero grita para os militantes.
Durante o bate-boca, um grupo de pessoas que não participava do protesto se levantou, deu as costas para o ministro e aplaudiu os manifestantes.
Em seguida, Calero deixou o auditório, cercado por seguranças e assessores.
Versões divergentes
Participante do protesto, a historiadora Rafaela Elisário, 21 anos, disse que o ministro se exaltou ao ser chamado de golpista e chegou a ameaçar os manifestantes.
Ela é presidente municipal da União da Juventude Socialista, ligada ao PCdoB, partido que se opôs ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“Ele pegou o microfone e começou a gritar que era golpista sim, com muito orgulho. Depois perdeu o controle e chegou a avançar em direção às pessoas que estavam se manifestando”, disse Elisário.
A assessoria do ministro reconhece que ele se exaltou com os manifestantes, mas diz que sua saída já estava prevista para aquele horário.
O ministério nega que Calero tenha afirmado que é “golpista sim, com muito orgulho”. Segundo a assessoria, ele disse apenas que os manifestantes é que são golpistas.
Em seu perfil no Facebook, o ministro se pronunciou sobre o ocorrido, dizendo ter ficado “penalizado” por “meia dúzia” de manifestantes terem deixado “as produtoras do evento constrangidas”. “Esse pessoal não quer saber de cultura. Eles não se conformam com a democracia. Querem fazer valer a todo custo a sua verdade particular”, adicionou Calero.
Ele também desmentiu as alegações de que teria dito ser “golpista”: “a gente sabe que mentira, aliada ao discurso do ódio, é a especialidade deles”.
A direção do Festcine Imperial ainda não se manifestou sobre o incidente.
Na semana passada, Calero foi vaiado e chamado de “golpista” na abertura do Festival de Gramado, um dos mais tradicionais do país.
O ministro assistiu à exibição de “Aquarius”. Em maio, a equipe do filme fez um protesto contra o impeachment no Festival de Cannes.
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