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Assista ao trailer | Diculgação/Southfork Pictures
Assista ao trailer| Foto: Diculgação/Southfork Pictures

Um estudante de Medicina de 24 anos decide percorrer um longo caminho sobre duas rodas rumo a um país de língua latina. O objetivo é desvendar novas culturas e realizar o desejo de ajudar os mais necessitados através de trabalhos comunitários e de prevenção na área de saúde. Certamente, a descrição se trata da aventura de Che Guevara pela América Latina, na década de 50, levada para as telas de cinema através do filme "Diários de Motocicleta", de Walter Salles, certo? Errado.

Coincidência ou não, quem está com tudo pronto para ingressar em uma aventura semelhante à de "El Fuser" (apelido de Che Guevara) é o curitibano Leonardo Vicenzi. A diferença é que ele vai viajar de bicicleta e não de moto como fez Che Guevara.

Vicenzi acabou de concluir o oitavo período (4º ano) da faculdade de Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trancou matrícula para seguir rumo a Cuba em um percurso de até sete mil quilômetros que deve levar cerca de quatro meses para ser concluído. Após um ano de preparação, Vicenzi partirá por volta das 10h de sábado (7) da casa onde mora no bairro Hugo Lange, na companhia de dois amigos que o acompanharão nos 20 primeiros dias.

"Na verdade é uma coincidência com a história do filme. Sempre gostei de viajar. E comecei a viajar de bicicleta em 2004 indo para Guaratuba (litoral do Paraná). Depois passei a ir para lugares cada vez mais distantes", conta. A viagem mais longa foi até Machu Picchu, no Peru. Foram cerca de 3 mil quilômetros em 72 dias. Antes, Vicenzi viajou para Guaraqueçaba, Piçarras (SC), Cânion Guartelá, Salvador e Buenos Aires (Argentina).

A última aventura foi até Ouro Preto, em Minas Gerais, em janeiro deste ano. Para se manter pelo caminho por onde passava, o estudante fazia bicos como artista de rua. "Eu levei uma flauta e o amigo que foi comigo levou um violão. Aí a gente tocava e depois passava o chapéu", relata. Para a viagem até Cuba, Vicenzi ainda não sabe como fará para garantir alguns trocados. "Não estou indo com muito dinheiro, mas se precisar faço uns bicos".

Sem muita grana e espaço para bagagem, o lema da viagem é não gastar muito e se virar com o que tem. Por isso, as noites serão passadas em barracas e sacos de dormir e a alimentação será à base de comidas que não dependem de refrigeração como macarrão, arroz e salame. "Estou levando também umas cinco mudas de roupas que irei lavando pelo caminho e um básico de ferramentas, porque sempre estraga uma coisa ou outra, além de pneu reserva e câmara e uma máquina fotográfica", diz. "Mas as pessoas também são muito hospitaleiras, convidam pra almoçar, jantar, dormir. Elas costumam ser bem receptivas", recorda.

Segundo Vicenzi, a maior dificuldade destas viagens não é o desgaste físico e sim não ter o conforto que se tem em casa de poder tomar um banho quente ou ter algo bem feito para comer. Mas apesar de tantas restrições, Vicenzi garante que para conquistar seu objetivo todo o esforço valerá a pena. "Gosto muito de medicina comunitária e preventiva e será bom conhecer o sistema de saúde de Cuba para ter vivência", avalia. Além da experiência profissional, Vicenzi quer absorver novas culturas, fazer novas amizades e aperfeiçoar o idioma espanhol.

O estudante prevê que a chegada a Cuba será entre o fim de novembro e início de dezembro deste ano, dependendo do trajeto a ser escolhido. "Vou ficar uns três meses e volto em fevereiro do ano que vem, mas não de bicicleta, para o recomeço das aulas".

As pedaladas de Leonardo Vicenzi poderão ser acompanhadas e comentadas pela internet, pelo endereço www.leodabike.blogspot.com. O aventureiro pretende postar relatos, fotos e vídeos da viagem.

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