Entre Bitucas e Fumaça: um doente terminal, em decorrência do vício do tabaco| Foto: Divulgação

O monólogo Os Malefícios do Tabaco, em seu texto original, escrito em 1886 pelo médico, contista e dramaturgo russo Anton Chekhov (1860-1904), se tornou uma das farsas mais populares entre as obras iniciais do escritor.

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A versão que se tornaria mais conhecida dessa peça, no entanto, data de 1902. Faz parte, portanto, da chamada escrita madura do autor, que faria suas obras principais entre 1896 e 1904: A Gaivota, Tio Vânia, As Três Irmãs e O Jardim das Cerejeiras.

Em Os Malefícios do Tabaco, Chekhov coloca em cena Ivan Ivanovich Nyukhin (Kin), um marido obrigado por sua esposa dominan a falar ao público sobre os males causados pelo tabaco, sendo que ele mesmo é fumante. A conversa que se segue pouco esclarece de relevante sobre os tais malefícios, e o personagem encerra sua palestra, implorando aos ouvintes que digam à esposa que seu comportamento foi digno.

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A diretora Sílvia Monteiro reescreveu o texto, alterando a equação segundo a qual o protagonista costumava transformar suas desgraças em razões para perpetuar o vício. A montagem em cartaz no Teatro Barracão Encena aos sábados e domingos, rebatizada de Entre Bitucas e Fumaça, é um libelo contra o fumo, apresentando-o em sua dimensão mais devastadora.

Essa visão mais contemporânea, que propaga por todos os cantos os prejuízos que o cigarro traz à saúde, se personifica na figura de um médico, que acompanha o doente terminal Kin, em uma tenda de oxigênio dentro de um ofurô, do qual saem vapores curativos.

A liberdade e o prazer de fumar ganham, nessa nova versão, tons patéticos.

Serviço

Entre Bitucas e Fumaça. Teatro Barracão Encena (R. Treze de Maio, 160), (41) 3223-5517. Texto e direção de Sílvia Monteiro. Com Luiz Carlos Pazello e Lucas Cahet. Sábados e domingos às 18h30. R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia). Classificação 12 anos. Temporada indefinida.

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