Com a mescla de elementos da vida e das criações literárias de Anton Chekhov, a companhia Ave Lola encerrou no domingo a segunda temporada do espetáculo que leva o nome do escritor e dramaturgo russo, na grafia original Tchekhov, com acréscimos e diversas alterações em relação à estreia de 2013.
O grupo integra nesta produção uma trabalhosa pesquisa corporal a um texto que não quer deixar pingos fora dos is. Dessa forma, entrega ao público movimentos minuciosos que recorrem à mímica e incitam a imaginação, em cenas intercaladas a trechos de diálogo e monólogo que apresentam figuras que conviveram com o artista. Com bom timing, as trocas de cena são musicadas e dançadas, tornando a duração de 1h40 um pouco maior do que o público está acostumado um "upa".
Apesar de fantasiar sobre um dos nomes mais importantes da transição para o drama moderno, realizada no início do século 20, o grupo buscou ser didático na abordagem da parceria de Chekhov com o Teatro de Arte de Moscou, do revolucionário diretor Constantin Stanislavski.
Quem não é do ramo ganhou uma aula sobre o efervescente período em que se passou a imergir nos textos teatrais para encontrar a alma dos personagens antes de levá-los à cena. Quem faz teatro riu das alusões bem-humoradas ao método desenvolvido pelo diretor e seu gênio duro.
No fim da temporada, percebe-se que alguns atores acrescentaram a seus personagens trejeitos típicos do humor, que fazem rir mas destoam da proposta inicial.
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