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A voz soava rouca, o corpo exibia magreza aguda, mas as ideias continuavam afiadas - na última vez que esteve no Brasil, em 2008, o escritor português José Saramago ainda convalescia de uma doença que quase o matou na época. Mesmo assim, fez questão de vir lançar "A Viagem do Elefante".

"Ele amava os brasileiros" conta Pilar Del Río, com quem o autor, que morreu em junho aos 87 anos, foi casado. Ela participa hoje da homenagem a Saramago, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, reunindo leitores ilustres, como Chico Buarque de Holanda, além da direção de Daniela Thomas. O evento marca também o lançamento de "As Palavras de Saramago" (Companhia das Letras), seleção de trechos de entrevistas.

Na homenagem de hoje, Daniela selecionou alguns trechos do documentário "José e Pilar", que serão exibidos em momentos intercalados do evento. "José e Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, já foi exibido na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, e durante a Bienal do Livro de São Paulo, ambas no mês passado, mas continua provocando grande expectativa.

O filme, que traça um retrato da vida e da obra de José Saramago será exibido no Festival do Rio no sábado. Trata-se de um meticuloso trabalho de Mendes que, durante três anos, filmou a rotina do prêmio Nobel de Literatura de 1998. E, como nem todas as entrevistas obviamente entraram no documentário, a Companhia das Letras pretende lançar até o fim do ano um livro com a íntegra dessas conversas, acompanhado de um DVD com o próprio filme.

Definido pelo próprio diretor como "uma espécie de Big Brother da vida de José Saramago", o documentário registra momentos de carinho do escritor com sua mulher Pilar alternados com reflexões sobre seu cotidiano. Ou seja, da intimidade para as discussões públicas, oferecendo um retrato do que realmente era rotineiro na vida do escritor.

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