Foi inaugurada na sexta-feira no Museu Nacional de Belas Artes do Chile uma exposição com imagens inéditas da morte do revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara, ocorrida há quase 40 anos.
A sequência corresponde ao registro feito por Freddy Alberta, morto há pouco mais de um ano, em 1967, quando o guerrilheiro foi executado por militares na localidade de La Higuera, na Bolívia.
"Esse material jamais foi apresentado. Não se conhecem todas as imagens, só três ou quatro. Esses contatos [reproduções do rolo de filme] jamais haviam sido apresentados antes", disse Sandra Boulanger, fotógrafa encarregada da exposição, à Reuters.
Ela destacou o caráter "histórico" do material e minimizou o lado mórbido das imagens do cadáver, citando a "tremenda emoção" por ser a responsável por mostrar as fotos ao mundo.
Che se tornou um ícone para os movimentos socialistas nos anos 1960, especialmente latino-americanos. Ernesto Guevara de la Serna recebeu o apelido de seus companheiros da guerrilha cubana e depois deixou a ilha para exportar a revolução. Em 1967, tentava implantar uma guerrilha no sudeste da Bolívia quando foi capturado por militares desse país, no dia 8 de outubro. No dia seguinte, foi morto a tiros na pequena escola de La Higuera.
Foi enterrado num local secreto e teve as mãos cortadas para que não pudesse haver reconhecimento por impressões digitais. Em 1997, descobriu-se que o corpo estava no terreno do aeroporto de Vallegrande, cidade na mesma região.
As imagens inéditas do cadáver de Che fazem parte da segunda edição do evento "Fotoamérica", com mais de 200 exposições sobre o continente, de fotógrafos chilenos e estrangeiros, em todo o Chile.
Também se destaca a exposição de 14 artistas bolivianos, refletindo a aproximação entre Chile e Bolívia nos últimos meses.
Os dois países romperam relações diplomáticas em 1978, cerca de um século depois da guerra em que o Chile tirou da Bolívia seu acesso ao oceano Pacífico -- que La Paz até hoje reivindica.
O trabalho dos 14 artistas inclui imagens feitas entre o começo do século 20 e meados dos anos 1960. "É uma honra estar aqui. É preciso reconhecer que a relação entre Chile e Bolívia é muito importante. Esperamos que no próximo ano sejam os fotógrafos chilenos a expor na Bolívia, porque o âmbito cultural é o melhor para o intercâmbio", afirmou Patrício Crooker, fotógrafo do ex-presidente Carlos Mesa.
Boulanger acrescentou que o objetivo da exposição é mostrar uma "Bolívia inesperada", e não "a Bolívia de cartão-postal". Ela disse ter buscado uma exposição "que apresente a parte patrimonial, mas que também mostre o que fazemos hoje na criação contemporânea".
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