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Nolan: cineasta vai dirigir um terceiro Batman e o próximo Superman | Stefan Wermuth / Reuters
Nolan: cineasta vai dirigir um terceiro Batman e o próximo Superman| Foto: Stefan Wermuth / Reuters

Los Angeles - Com Amnésia (2002), filme noir independente sobre um homem (Guy Pearce) a procura do assaltante que lhe roubou a memória de curto prazo, o cineasta Christopher Nolan habilmente demonstrou que poderia fazer filmes atraentes em escala menor.

Mas a experiência ensinou ao diretor uma lição sobre o sucesso instantâneo em Hollywood. Apesar de aclamado pela crítica, o longa foi preterido por vários estúdios americanos e, numa solução inusitada, acabou distribuído nos Estados Unidos pela empresa que o financiou.

"Era como dar voltas numa caixa de areia com uma bicicleta em alta velocidade", conta Jonathan Nolan, irmão do diretor, que escreveu o conto do qual Amnésia foi adaptado. Ansioso, desde muito jovem, por fazer filmes grandes e impressionantes, à maneira de diretores como Ridley Scott e Michael Mann, Nolan tornou-se mais devotado a esse objetivo esquivo e consciente do quanto oportunidades para filmes desse tipo são raras.

"Ele sempre desejou fazer isso, e fazê-lo muito, muito bem", afirma Jonathan, sobre o irmão. "Agora o nível de exigência do público tem se igualado, aproximadamente, ao escrutínio a que ele próprio submete o que faz."

Tais expectativas foram infladas com Insônia e O Grande Truque, thrillers de estrutura intrincada de Christopher Nolan, mas principalmente pelo sucesso de seus filmes de super-herói, Batman Begins e Batman – O Cavaleiro das Trevas, o qual arrecadou mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo e rendeu um Oscar póstumo para Heath Ledger, que interpretou o personagem Coringa. Pensar no que faria depois desse filme, observa Nolan, "poderia ser paralisante se, em vez de compreender que só se capta o zeitgeist desse jeito uma vez, eu preferisse achar que o sucesso do filme se deveu a mim". Em vez disso, de­­pois de um mês inteiro de férias na Flórida, ele retomou o roteiro de A Origem, iniciado há quase uma década.

A Warner Brothers, que lançou todos os filmes de Nolan desde Insônia, em 2002, não hesitou em se comprometer com uma produção das proporções imaginadas por ele, sabendo que isso – mais o envolvimento do diretor – atraem público. "O investimento é na escala do filme, na ideia do filme, no elenco, no visual", diz Jeff Robinov, presidente da área de cinema do grupo. "Mas Chris acrescenta muito à festa. Há uma grande expectativa em torno do que será seu próximo filme."

Parece improvável que mesmo o pesadelo de um fracasso comercial de A Origem ponha a perder os planos de Nolan, que já foi escalado para dirigir um terceiro filme de Batman, previsto para 2012, e irá produzir o novo longa deste que é outro herói sagrado da DC Comics, o Super-Homem.

A curto prazo, Nolan está ansioso para assistir a mais filmes de outros diretores, um passatempo que tem dificuldade em desfrutar enquanto trabalha nos próprios projetos. Tendo sido afetuosamente acusado de roubar elementos de O Ano Passado em Marienbad, de Alain Resnais, obra clássica do surrealismo da nouvelle vague, o diretor afirma ter visto o filme pela primeira vez há pouco tempo. Ambas as produções exploram a relação entre os sonhos e a memória, e cenários de aparente impossibilidade física são fundamentais para os efeitos que pretendem causar – embora um detalhe diferencie os dois, lembra o diretor de A Origem: "O nosso tem muito mais explosões".

Tradução de Christian Schwartz

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