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O calor que assolou a capital paranaense nos últimos dias resolveu "aliviar" justamente no momento em que teve início a edição curitibana do Tim Festival, realizada na noite da última terça-feira, na Pedreira Paulo Leminski. Mesmo assim, de acordo com a assessoria de imprensa do evento, um público de 12 mil pessoas, devidamente equipadas com capas de chuva plásticas, revezaram-se entre as cinco apresentações da noite, iniciadas pelo grupo pernambucano Nação Zumbi, apenas 15 minutos após o horário de início, previsto para às 19 horas.

Amparado por projeções, o californiano Josh Davis, mais conhecido como DJ Shadow, mostrou, em uma performance correta e competente, o porquê de seu apelido ("DJ Sombra"). O tempo todo no escuro – o público, na maior parte do tempo, via apenas sua silhueta – o DJ apresentou, em pouco menos de uma hora, um apanhado de seus três álbuns e contou com a participação do MC Lateef The Truth Speaker. No repertório, destaque para a faixa "Nursery Rhyme", do projeto U.N.K.L.E, que Shadow mantinha com o também DJ e produtor James Lavelle.

Ao lado da banda que a acompanha desde o início de sua carreira, a quase sessentona Patti Smith fez um show emocionante e arrancou arrepios da platéia com a potência de sua voz e sua atitude em cima do palco. Interpretando seus maiores clássicos – entre eles "Redondo Beach", "Free Money" e "Pissing in a River" – a cantora desceu do palco, cumprimentou os fãs apertados na fila do gargarejo e fez discurso contra o governo, as grandes corporações e a igreja ("Eles nos servem. Não somos nós que os servimos"). Os pontos altos da apresentação, que mais mobilizaram a platéia – um tanto apática por causa da chuva leve que caía no momento do show – foram a versão para "Gimme Shelter" (Rolling Stones), o hit radiofônico "Because the Night" e a clássica "Gloria", que encerrou a apresentação, um tanto quanto curta.

A migração de públicos em frente ao palco foi evidente nos minutos que antecederam o show do trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs. Fãs do chamado novo rock se aglomeraram para conferir de perto a performance da bela Karen O, que iniciou o show de peruca vermelha, máscara prateada e colant verde metálico. A vocalista não se intimidou diante do fato de se apresentar logo depois do ícone Patti Smith e deu conta do recado. Acompanhada do músico Imaad Wasif, que se revezou entre baixo, guitarra e teclados, a banda mostrou hits de seus dois álbuns, como "Gold Lion", "Deva Vu", "Maps" e "Y Control". Entre urros, passos de dança espasmódicos, sorrisos meigos e risadas dirigidas aos fãs da primeira fila, Karen encantou pela beleza, originalidade e dotes vocais, é claro!

Já era meia-noite quando o DJ Mix Master Flash deu início à apresentação dos Beastie Boys mixando hip-hop sobre a base da roqueira "Tom Sawyer", do Rush. Em seguida, os quarentões Mike D, Ad-rock e MCA subiram ao palco trajando terninhos e mostrando que estão em plena forma, tanto no quesito rima, quanto em energia e presença de palco. Após sacudir a platéia com um hit atrás do outro – imagine a seqüência "Sure Shot", "Pass the Mic" e "Root Down" ao vivo – o trio celebrou o aniversário do caçula Ad-rock, que completava 40 anos naquela noite, com direito a bolo de aniversário e champanhe.

O trio encerrou a aprestanção por volta de 1h15, empunhando baixo (MCA), guitarra (Ad-rock) e bateria (Mike D) nas ótimas "Gratitude" e "Sabotage". A essa altura a chuva já havia cessado e grande parte do público presenciava um momento histórico e inédito: estar na Pedreira de mangas curtas.

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