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Elenco se divide em sete papéis em trama de trapalhadas | Russo Fotografia/Divulgação
Elenco se divide em sete papéis em trama de trapalhadas| Foto: Russo Fotografia/Divulgação

Agenda

Entretantos Contratempos. Cia. dos Palhaços (R. Amintas de Barros, 307), (41) 3077-5009. Sexta-feira e sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. Até 16 de março. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Classificação indicativa: 12 anos.

A curitibana Cia. dos Palhaços se abriu ao aprendizado de forma corajosa no projeto Entretantos Contratempos, que fica em cartaz até 16 de março em sua sede. Acostumada ao improviso das gargalhadas e a espetáculos que acumulam anos em cartaz, eles estrearam no último sábado essa montagem inspirada em Molière, cuja encenação é fortemente calcada na mímica e na marcação minuciosa das cenas. Para enfrentar o desafio, o grupo convidou o argentino Ricardo Behrens para a direção.

Essa coreografia exigente ainda será aprimorada durante a temporada – uma peça não é a mesma do começo ao final do período em que é exibida – mas já faz rir em muitos momentos.

Os atores Felipe Ternes, Eliezer Vander Brock e Nathalia Luiz se revezam em sete papéis que contam a história de disputa entre vários interessados pela mão da jovem Célia, apesar de ela ser uma escrava na casa do rabugento Trufaldino.

O coração dela pertence a Lélio, mas o pior inimigo do jovem no alcance de seu objetivo é ele mesmo – como é comum nas tramas do autor francês. Encarnando o "tonto" do título original (L´Etourdi ou Les Contretemps), o personagem de Felipe Ternes sempre estraga as tramoias de seu servo, o sagaz Mascarilha (assim como Célia, interpretada por Nathalia), que tenta ajudar o amo a conquistar a moça.

Ao texto francês, mas traduzido do espanhol, o grupo acrescenta tiradas bem brasileiras, como, por exemplo, crendices populares.

As trocas aparentes de figurino (aliás, os trajes são ótimos), num mezanino sobre o palco, amplificam o efeito de jogo criado pelo trabalho de corpo totalmente calcado na imaginação. Como numa brincadeira infantil, o elenco se desdobra entre gestos e uma sonoplastia de quadrinhos, com "zás" e "tuns" para simular a ação, apoiados por dois músicos também alçados a um mezanino.

O espaço em que tudo isso se desdobra foi habilmente desenvolvido pelo cenógrafo Aorélio Domingues: há caixas com gavetas que se abrem para vários lados, dando origem a escadas, halls de entrada, balcões e jardins.

Festival

A disposição do grupo para entrar em contato com novas formas de trabalho já se mostrou em Pequeno Manual do Cavaleiro Andante, que o grupo estreou em fevereiro de 2013 em parceria com a Cia. Filhos da Lua e direção de Renato Perré. Essa peça voltará ao cartaz dia 2 de abril durante o Festival de Curitiba, numa mostra de rua patrocinada pelo Sesi que levará dois espetáculos ao Largo da Ordem e um internacional à Praça Santos Andrade.

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