Cinema
Primeiro papel histórico do ator agradou ao público
Neste ano, Tony Ramos surpreendeu a todos na pele do ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954), no filme Getúlio, dirigido por João Jardim. Foi o primeiro papel histórico do veterano no cinema. "Durante as filmagens, por onde passávamos, a história dele era evidente. E o curioso é que o público de 18 a 25 anos é o que está indo às salas para ver o filme", diz.
Em julho, ele dará vida a Carlos Braga, na nova versão de O Rebu, que terá 40 capítulos. "Ele é um engenheiro, cujo sócio morre misteriosamente. A mulher do morto decide tomar as rédeas dos negócios e ameaça Carlos com um dossiê", conta Ramos, que dará vida a um homem de caráter duvidoso. "Ele vai surpreender. Tem coisas no passado dele que podem chocar o público."
"Sempre me imaginei caminhando pela carreira de ator e passando por muitas etapas. Mas não tive uma bola de cristal prevendo que eu faria 50 anos de profissão." É assim que Tony Ramos, 65 anos, um dos artistas mais queridos do público, avalia sua trajetória de sucesso com mais de 140 personagens e 30 novelas só na Globo. "Digo que sempre trabalhei muito, nunca brinquei de fazer meu ofício e acredito na história dos meus personagens", complementa.
Após passar pelo teatro amador, Ramos foi descoberto em um programa de esquetes na extinta TV Tupi, em 1964. Em 1965, já fazia a sua primeira novela, A Outra, na qual teve contato com grandes nomes da tevê. "Eu observava os colegas de mais idade, como o Lima Duarte, a Laura Cardoso e o Luis Gustavo, entre outros. Foi importante ver esses grandes companheiros trabalhando", lembra.
O veterano observa com boa vontade o trabalho da nova geração de atores e aponta que, para seguir carreira, é preciso abandonar a vaidade. "O verdadeiro ator sabe que o sucesso e o fracasso andam juntos." E completa: "O ator não pode parar de estudar. Precisa entender de política, de sociologia, fazer teatro e não passar cinco horas por dia no Google."
Acostumado a realizar longas pesquisas para seus personagens, Ramos conta que dispensa o período de laboratório. "A não ser que seja uma exigência do diretor ou que eu precise aprender algo diferente, como dirigir um trator, o que aconteceu em Passione [2010-2011]. Normalmente, prefiro a pesquisa."
Ele chegou a ir para a Itália meses antes de a novela começar, experiência que já havia tido na Grécia, quando gravou Belíssima (2005-2006). "Para viver o Nikos, fiquei lendo e conversando com atores gregos. Fui percebendo o gestual deles. Isso, para mim, é parte da profissão."
Vilão
Habituado a interpretar personagens de bom caráter, Ramos encarou desafios na pele de tipos suspeitos. Foi assim com o ex-presidiário Clementino, que matava a mulher a enxadadas, em Torre de Babel (1998-1999). Na época, o público estranhou. "Não acredito que o telespectador tenha rejeitado o Clementino. Não podemos subestimar o público. Estou acostumado a histórias fortes. Em uma peça, fiz um personagem que se apaixonava por outro homem, e isso não chocou ninguém", diz, referindo-se ao trabalho na montagem Rapazes da Banda (1969).
Segundo o doutor em teledramaturgia pela Universidade São Paulo, Claudino Mayer, o polêmico Clementino foi um marco na carreira de Ramos. "Mostrar esse lado versátil foi importante e provou que um autor precisa de cuidado ao ter um ator tão carismático em uma novela", acredita. "O Tony representa a família brasileira, tem credibilidade", complementa.
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