No final de 2015, Charles Cosac anunciou que sua editora, a Cosac Naify, encerraria suas atividades. A notícia chocou o mercado editorial, pois eles eram conhecidos pela criatividade e ousadia. A maioria das edições eram no formato “livro de arte” ou “livro de luxo” e saltavam aos olhos dos leitores através da qualidade do projeto gráfico e produção gráfica.
Ela foi responsável por investir em um catálogo muitos sólido na categoria design. Incentivou edições nacionais e trouxe para o Brasil, obras essenciais. O Caderno G listou cinco livros obrigatórios na estante de estudantes e designers.
A fonte de tudo
Base de qualquer projeto gráfico bem sucedido, esta obra foi escrita pelo designer norte-americano Robert Bringhurst e data de 1992. A Cosac Naify trouxe ao Brasil este livro, fundamental para a formação de todo designer gráfico, em 2005. Ele explica em detalhes os estilos de fonte e como elas se comportam em determinadas mídias. “Neste livro, o interesse central é o texto; ele é a razão de ser da tipografia”. Conhece a sensação de ler um livro, perceber que ele é bem feito, mas não saber por quê? Geralmente isso se deve ao bom uso da tipologia. Serviço - “Elementos do estilo tipográfico”; Bringhurst, Robert; Trad. Stolarski, André; 428 p. Preço médio: R$ 49,90
Design invisível
“Para os designers gráficos que ajudaram a sociedade a se recompor depois de duas guerras inimagináveis, a ordem e a clareza se tornaram os objetivos principais.” O grid é uma malha que fica invisível em um layout impresso ou em qualquer outra mídia digital, ele estabelece padrões e orienta o usuário ao utilizar o meio. Além disso, também mostra trabalhos bem sucedidos em que não foram utilizados esse sistema. Escrito pelo designer Timothy Samara, possui exemplos práticos e teve uma colaboração do designer italiano Massimo Vignelli. Serviço - “Grid - construção e desconstrução”; Samara, Timothy; Trad. Bottmann, Denise; 208 páginas.
Perspectivas do design
Imagine um profissional de carreira sólida que atravessou seis décadas. Esse é o norte-americano Paul Rand. Ele foi o responsável por educar o mundo corporativo a respeito da identidade visual: IBM, ABC, FedEx Westinghouse e Apple. Esse livro nasceu graças a visita dele à School of Design, na Suíça, onde ele foi convidado para ministrar uma conversa com alunos e professores. O encontro foi gravado e compilado neste livro, que é um prato cheio para estudantes e profissionais, pois Rand reflete sobre arte, design e tecnologia: “é muito importante que vocês vejam o computador de maneira apropriada e o coloquem no devido lugar”. Serviço - “Conversas com Paul Rand”; Kroeger, Michael; Trad. Fino, Cristina; 120 p. Preço médio: R$ 27,60
Das pinturas rupestres ao mundo contemporâneo
“É somente após reflexão atenta e prolongada que começamos a entender o que foi essencial e importante, a compreender por que as coisas aconteceram de determinada forma, e a escrever história em vez de notícias.”Assim começa este livro, obra dos pesquisadores Philip B. Meggs e Alston W. Purvis. Publicação essencial para olhar de cima o design gráfico, entender a origem desde a época da escrita, passando por processos de impressão, dialogando de forma intensa com a Revolução Industrial até chegar a era da Informação. Serviço - “História do design gráfico”;Meggs, Philip B.; Trad. Borges, Cristian; 720 p. Preço médio: R$ 175,20
Ponte aérea Rio de Janeiro — Nova York
Imagine a Nova York da década de 1960, quando os EUA mostravam ao mundo seu estilo de vida por meio da publicidade, cinema e mercado editorial. Dentro desse cenário meio “Mad Men” havia uma brasileira, Bea Feitler. Carioca, saiu da revista brasileira “Senhor” para imprimir seu estilo na “Ms.”, “Rolling Stone” e na “Harper´s Bazaar”: “(...) as condições não poderiam ser melhores, alçada ao cargo de codiretora de arte após um curto período como assistente, Bea ocupou durante dez anos um posto caracterizado pela alta rotatividade no mercado editorial”. Este livro ajuda a entender a relação estreita entre o designer e o diretor de arte, possui muitas imagens de trabalhos compostos por Feitler. Há duas narrativas, a primeira é biográfica e a segunda analisa a semântica das peças gráficas. Em tempo: na edição sobre o assassinato de John Lennon, a “Rolling Stone” publicou uma capa com Yoko e Lennon (John está nu), a primeira página da revista não contém título e nenhuma outra chamada, há apenas a fotografia do casal. É uma representação do silêncio pelo luto da morte do beatle. Bea foi a primeira diretora de arte a ousar neste formato, utilizado até hoje por revistas no mundo inteiro. Serviço - “Bea Feitler”; Feitler, Bruno e Stolarski, André; 216 páginas. Preço médio: R$ 40
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