O roteiro de Aleluia, Gretchen têm cenas que não foram usadas no filme. Por que a opção por mantê-las no livro? Sylvio Back - A idéia foi publicar o roteiro tal qual ele foi escrito. Existem roteiros publicados que excluem as cenas descartadas no filme, como se ele fosse um libreto de ópera. O estimulante para o cinéfilo, leigo ou não, é ler o roteiro como uma peça literária. Com um detalhe: tudo que está escrito tem de se tornar visível. O roteiro é um filme para ser lido, um filme antes de ser filme. Há cenas que não coloquei no filme porque percebi que eram demais, quebravam o ritmo. Mas filmei tudo o que está no roteiro e até cenas que não estavam. Me custou uma fortuna filmá-las, mobilizei muitas pessoas. Depois que o filme está feito, o roteiro vira iconografia, não serve para mais nada, teoricamente. Quando vira livro, você está entregando ao espectador uma parte do mistério do filme. Como foi a recepção do público e da crítica na década de 70?Houve polêmica. O cineasta italiano Roberto Rosselini fez muitos filmes baseados na história. Ele disse que, se você quer tratar de um tema de hoje, quanto mais se aprofundar na época retratada, mais ela terá ligação com o presente. Então, não precisa levar o espectador pela mão, ele é sempre mais esperto do que o filme e o diretor juntos, independentemente do nível cultural, do estrato social. Mas, claro, ele gosta de ser levado pela mão, gosta de filmes tipo "prato feito": comeu, saciou. Faço filmes para o cara não ficar saciado, querer mais. Mas "o mais" é o espectador que deve dar. Faço uma obra aberta. Como foi filmar em duas cidades ao mesmo tempo, em Curitiba e Blumenau?Filmei 80% em Curitiba e 20% em Blumenau. A parte externa do Flórida Hotel foi filmada nos arredores de Blumenau e o interior é um hotel na Avenida Visconde do Rio Branco, em Curitiba, que está até hoje desativado. As outras locações externas foram filmadas em várias partes das duas cidades.

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