Depois de ter sido libertado da prisão, onde passou quase três meses, o cineasta iraniano Jafar Panahi vai fazer a estreia mundial de seu novo filme na mostra Giornate degli Autori / Venice Days, do Festival de Veneza. O evento na cidade italiana acontece este ano de 1º a 11 de setembro.

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Panahi, que já levou o Leão de Ouro - prêmio máximo do festival - com "Dayereh", foi convidado para mostrar o seu "The accordion", que faz parte do longa coletivo "Then and now, Beyond Borders and Differences".

A produção vai contar com 14 curtas produzidos em vários países que mostram a interação entre religiões e culturas.

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O filme do iraniano aborda o 18º artigo da declaração universal dos direitos humanos, que defende que "todo mundo tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião".

Prisão por oposição ao governoO cineasta, de 49 anos, que apoia abertamente a oposição ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi preso em 1° de março em sua casa em Teerã juntamente a outras 16 pessoas. Ele foi libertado sob fiança no dia 25 de maio.

O Ministério da Cultura iraniano afirmou em meados de abril que esta prisão estava relacionada ao fato de o diretor estar "preparando um filme contra o regime, sobre os acontecimentos posteriores às eleições", o que Panahi nega.

Preocupação com o social"Eu sou um cineasta preocupado com o social", declarou Panahi para a organização do Festival de Veneza. "E sou sensível a todo fenômeno novo que ocorre em minha sociedade. É claro que e reajo a isso e, talvez, ‘The accordion’ represente a minha reação a todos os eventos que me envolveram e o meu jeito de observar a realidade"

A história do filme é sobre dois jovens músicos que tocam nas ruas e cujos instrumentos são tomados deles, por causa de um acidente. A história, segundo a organização do festival, é um retrato de toda obra do diretor e uma metáfora para as novas gerações iranianas que, lideradas pelo conhecimento, preferem a solidariedade aos conflitos.

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