A vida e a carreira do pianista Dom Salvador serão mostradas no documentário “Endless Soul” que está sendo produzido pela dupla de cineastas curitibanos Artur Ratton e Lilka Hara, radicados em Nova Iorque.
O filme está em fase de finalizado com previsão de lançamento em 2017. O longa-metragem que foca na carreira “americana” do pianista é desdobramento do curta-metragem de mesmo nome dirigido pela dupla em 2013, e apresentado nos festivais Mimo e In Edit naquele ano.
“Depois de apresentar o curta nos festivais e em sessões no Brasil vimos que a curiosidade por Dom Salvador era grande, e como há muito história para contar, decidimos que valia a pena trabalhar em uma versão longa-metragem”, diz Ratton.
Dom Salvador nos anos 1960: black music brasileira.
O paulista Dom Salvador se destacou como um dos melhores pianista de samba e jazz do Brasil, a partir dos anos 1960. Fez parte de bandas como o Copa Trio (com Dom Um Romão) que acompanhou Elis Regina e Jorge Ben no Beco das Garrafas, núcleo boêmio do Rio de Janeiro da época.
Depois integrou formações que se tornaram clássicas com músicos como Victor Manga, Edison Machado e Sérgio Barrozo com os últimos dois gravou o álbum “Rio 65”, que virou objeto de culto nos Estados Unidos.
Em 1970, criou a banda Abolição, precurssora do movimento da “black music” no Rio de Janeiro.
Com seu estilo único de tocar o piano de forma percussiva, Salvador também participou como músico de estúdio da gravação de centenas de álbuns dos mais variados estilos e vive desde 1973 nos Estados Unidos.
Segundo Ratton, a ideia do filme é tornar a história do pianista mais universal e mostrá-lo com uma dimensão que não é percebida no Brasil.
“Ele se auto exilou em Nova Iorque e conseguiu realizar muita coisa aqui. Ele é louco por jazz, queria estar mais próximo e conseguiu. Sem nunca esquecer a musica brasileira. É um homem dividido em duas terras”.
Bananas
Esta não é a primeira incursão de Ratton na música brasileira desde que se mudou para os Estados Unidos em 2009. Ao lado do pesquisador Joel Stones, ele filmou “Brazilian Guitar Fuzz Bananas” sobre a música brasileira psicodélica “perdida” nos anos 1960 e 1970.
Para ele, a distância do olhar é uma facilidade. “A música brasileira brilha de um jeito diferente vista daqui. Com mais camadas a serem apreciadas. Não tem aquela divisão de gêneros e castas que são evidentes no Brasil”.
Mas além da pesquisa sobre história esquecidas da música brasileira ele prefere dizer que seu cinema é sobre artistas.
“Me interessa a narrativa do que uma mente criativa pode fazer em uma vida. Sou fascinado por quem faz acontecer. Quem muda a realidade do mudo com a forca criativa”.
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