Antigo quartel da Rua Riachuelo irá abrigar complexo com salas de exbição e espaço para cursos, café e butique| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Projetos

Saiba mais sobre o complexo de cinemas, projetos futuros para o entorno e a entrega do Cine Guarani:

Por um novo centro

A criação de um complexo de cinemas na Riachuelo faz parte do projeto Novo Centro, sequência do projeto Marco Zero, do Ippuc, que já revitalizou a Praça Tiradentes, o Paço Municipal e seu entorno, a Rua Mal. Deodoro e a Rua Riachuelo. "A atividade cultural cria mais uma ancoragem para revitalizar a região e devolve equipamentos públicos para rua", diz o arquiteto Mauro Magnabosco.

A volta do bonde

Uma ideia do Ippuc pode significar um retorno ao passado que trará potencial turístico ao Centro: resgatar o antigo bonde. "A rota prevista inicia na Praça Eufrásio Correia, segue pela Rua Barão do Rio Branco, Rua Riachuelo, entra no Passeio Público, vai até o Teatro Guaíra e sobe a Rua XV de Novembro", diz Magnabosco. Mas, para sair do papel, a prefeitura espera encontrar parceiros privados.

"A ideia é que com a expectativa da Copa surjam grupos interessados em desenvolver o projeto."

Rua boa de garfo

No início do ano, o Ippuc deve licitar obras na Rua São Francisco. "Vamos tentar fazer dela um prolongamento do setor histórico, vocacionando-a para a gastronomia". A ideia é transformar a rua de paralelepípedos, que já reúne alguns restaurantes, em uma grande praça de alimentação fora do shopping.

Cine Guarani

E, para quem já perdeu as esperanças na prometida entrega do Centro Cultural do Portão reformado, Paulino Viapiana define uma data: junho do ano que vem. "No final deste mês, está sendo concluída a segunda fase das obras e aí faltará apenas a compra de equipamentos como cadeiras para platéia e ar condicionado", diz. O espaço abriga o Cine Guarani, o Teatro Antonio Carlos Kraide e o Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (Muma).

CARREGANDO :)

Um novo alento ao órfãos dos cinemas de rua: os cines Ritz e Luz, fechados em 2005 e 2009, respectivamente, terão (de fato) um abrigo adequado em um edifício histórico da Rua Riachuelo – que após muitos anos volta, pouco a pouco, a ser espaço de convívio e lazer.

O projeto de um complexo de cinemas no antigo quartel do Exército Brasileiro, anunciado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) em fevereiro, está finalmente em vias de sair do papel. "A previsão era que recebêssemos o projeto em setembro, mas houve um pequeno atraso em função de questões técnicas da empresa executora", esclarece o presidente da FCC, Paulino Viapiana.

Publicidade

O compromisso de Viapiana, que deixa o cargo em janeiro para assumir a Secretaria de Estado da Cultura (Seec), é iniciar a obra no ano que vem, idealmente em março e, no mais tardar, em junho. "Já existe previsão de recursos no orçamento pa­­ra 2011. Maria Christina de Andrade Vieira (que o substituirá) já está a par e tem o compromisso de dar continuidade a eles. São projetos que fazem parte dos planos de governo, então, não haverá problemas de continuidade", garante.

O custo da obra, que será realizada com recursos exclusivamente públicos, foi estimado em R$ 5 milhões, mas pode ser menor dependendo do que for proposto pela empresa que vencer a licitação. "A partir desses valores, iniciaremos o processo de captação de recursos e, então, daremos inicio à obra, que deve ser concluída em um ano e meio ou dois", diz o arquiteto Mauro Magnabosco, coordenador do projeto Novo Centro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

Cursos, café e loja

As salas de cinema, com cerca de 120 lugares, terão equipamento digital de última geração. "Queremos uma estrutura de projeção em rede, via satélite", diz Viapiana. Mas, quem for ao cinema, terá outras opções de lazer no complexo cultural, ainda sem nome. Estão previstas uma sala de exposições, uma biblioteca especializada, um terraço para eventos e até projeções ao ar livre, um café voltado para a rua e uma boutique com produtos da FCC. "A ideia é que a livraria Dario Velloso, localizada na Praça Garibaldi, e a Loja da Gravura, no Solar do Barão, sejam transferidas para lá", diz Viapiana.

Mas o que vai surpreender os estudantes de cinema, que proliferam na cidade graças à criação de centros de formação como a Escola Superior Sul-Americana de TV e Cinema do Paraná (CineTVPR), são as salas dedicadas aos cursos hoje promovidos pela FCC somente no espaço exíguo da Cinemateca. A intenção, no entanto, não é substituir, mas complementar, o que já é ofertado ali. "A Cinemateca hoje não atende sozinha à demanda da cidade por oficinas. Os cursos têm fila de espera, é quase um vestibular para conseguir uma vaga", diz o presidente da FCC.

Publicidade

A programação, focada preferencialmente no cinema de arte, também vai desafogar a Cinemateca, que hoje não consegue dar conta das projeções de todos os filmes locais e a realização de mostras étnicas de cinema. O acervo de filmes da Cinemateca também pode migrar com a saída, em breve, da Guarda Municipal do terreno ligado ao quartel, com frente para a Rua Presidente Faria. "A área será incorporada pelo projeto e serão construídos estacionamentos e, mais futuramente, um espaço adequado para a Casa da Memória e todo o acervo da FCC", planeja Viapiana.

Ambicioso, o futuro secretário de Cultura tem planos de integrar os projetos estaduais e municipais relacionados ao audiovisual. "Pretendemos usar a Paraná Educativa, retirar o acervo do Museu da Imagem e do Som do porão onde ele está atualmente (o MIS ocupa há anos um espaço improvisado no Santa Cândida), enfim, fazer estado e cidade trabalharem juntos", diz.

Segurança

Os cinemas de rua foram se extinguindo, em parte, por conta do aumento da violência nos centros urbanos. Então, como garantir a segurança do público que voltar às ruas para ver filmes? "A região está passando por um processo de qualificação. Já houve melhoria significativa com iluminação, nova calçadas, revitalização dos edifícios, e uma das ações prevê a presença mais intensa da Guarda Municipal nas regiões", diz Viapiana. De qualquer forma, devolver dois cinemas às ruas já é, por si só, um modo de combater a violência. "É um equipamento cultural que trará gente à região", diz Viapiana.