Cinema invade a Paulicéia

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Depois da maratona carioca, a paulista. Começa hoje à noite, com uma sessão especial para convidados de O Passado, novo filme de Hector Babenco, estrelado por Gael García Bernal, a 31.ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, tradicional evento brasileiro de cinema. Até o dia 1.º de novembro, 19 salas de cinema e espaços culturais da capital paulista apresentarão 461 filmes, entre longas e curtas-metragens, uma extensa programação que todo o ano faz a festa dos cinéfilos.

Entre os destaques do festival, estão filmes premiados e selecionados nos principais festivais de cinema do mundo, como Lust, Caution, de Ang Lee (Leão de Ouro em Veneza 2007); 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, do romeno Cristian Mungiu (Palma de Ouro em Cannes 2007); Império dos Sonhos, de David Lynch; I'm Not There, de Todd Haynes; e À Prova de Morte, de Quentin Tarantino, produções que já fizeram a festa do público do Festival do Rio deste ano. O alemão A Vida dos Outros, de Florian Henckel von Donnersmarck, vencedor do Oscar de filme estrangeiro deste ano, também é muito aguardado.

A Mostra de SP 2007 apresentará dezenas de longas brasileiros, entre eles Estômago, do curitibano Marcos Jorge, vencedor de quatro prêmios no Festival do Rio, incluindo melhor filme pelo público e melhor diretor. A produção paranaense/italiana, ao lado de outros ótimos filmes nacionais como Mutum, de Sandra Kogut, tenta o tricampeonato para o país do Troféu Bandeira, principal premiação do evento paulista.

Destinado a produções de diretores estreantes (no máximo dois longas no currículo), o prêmio foi para Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes), em 2005 – quebrando um tabu de quase 30 anos, sendo o primeiro brasileiro vencedor –, e para O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia), em 2006. O público vai escolher os 15 finalistas do troféu e o júri formado pelos cineastas Hirokazu Kore-Eda (Japão), Jean-Paul Civeyrac (França), Férid Boughédir (Turquia), Pedro Costa (Portugal) e Lúcia Murat (Brasil) irá definir o ganhador.

Estão programadas ainda retrospectivas do diretor chinês Jia Zhang-Ke e dos franceses Jean-Paul Civeyrac e Claude Lelouch. O festival paulista destaca também 17 filmes africanos, vencedores do Festival de Burkina Faso, e cinco filmes sobre o genocídio de armênios na Turquia, no começo do século 20, acontecimento negado até hoje pelo governo local.