“Caça-fantasmas”, reboot do diretor Paul Feig (“Missão Madrinha de Casamento” e “As Bem-Armadas) para o clássico de Ivan Reitman, estreia no Brasil nesta quinta-feira (e na sexta nos Estados Unidos) , mas já coleciona narizes torcidos . O curioso é que poucos desses críticos ferozes de fato viram o filme, que traz quatro mulheres nos lugares que um dia pertenceram a Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e Ernie Hudson.(Veja programação no Guia Gazeta do Povo)
O IMdB, uma das principais fontes de dados sobre cinema na web, no qual os usuários podem avaliar os títulos, exibe a pouco honrosa nota 4.1 (de 10) para o filme. Entre os homens, essa média ficou em 3,6, contra 7,8 das mulheres. Seria simplesmente machismo? Ou a máxima “não vi e não gostei” atingiu níveis épicos em 2016?
A implicância começou no anúncio do elenco, em 2014, quando o filme original completou 30 anos. Melissa McCarthy e Kristen Wiig (queridinhas do diretor) encabeçariam o time de cientistas em luta contra fenômenos paranormais em Nova York. Com o lançamento do trailer, o barulho piorou. Lançado em 3 de março, é o nono vídeo mais rejeitado do YouTube (o primeiro é “Baby”, primeiro single de Justin Bieber). Com uma campanha iniciada no Twitter para derrubar a reputação da produção, 937 mil pessoas clicaram em “Não Gostei”, contra 267 mil que aprovaram.
Mas é tão ruim assim?
Em defesa dos críticos precoces, o trailer é mesmo muito ruim e pouco promissor. A própria Melissa McCarthy admitiu que achou tudo muito confuso. “É um reboot, não uma refilmagem. Eu sei que é esquisito que eles dizem (no trailer) “30 anos atrás”, mas neste filme é como se o primeiro não tivesse sido feito”, contou ela em um programa de rádio americano em março. O vídeo começa fazendo essa referência, com os acordes da música tema do antigo filme.
Mas, ainda que isso deixe os haters ouriçados, param no trailer os erros gravíssimos na produção do novo “Caça-fantasmas”. O filme acerta no tom da comédia e na escolha de elenco para apresentar essa história tão querida nos anos 1980, a uma nova geração.
A química de Melissa e Kristen, evidente em “Missão Madrinha de Casamento”, está intacta e rende um bom jogo de bola nos papéis que pertenceram a Dan Aykroyd e Bill Murray. Katy McKinnon e Leslie Jones (equivalentes a Harold Ramis e Ernie Hudson) completam o time com muita competência. Chris Hemsworth, no papel de um recepcionista belo e idiota, rende algumas piadas no nível ‘loura burra’ que soam gastas em 2016. Apesar disso, a presença do intérprete de Thor não falha em nenhuma cena e comprova seu tempo de comédia.
Passou na média
A crítica especializada reconhece os acertos do filme de Paul Feig: a média de “Caça-fantasmas” no site Metacritic é 61. Nada espetacular, é verdade. O que é muito justo. Apesar do bom timing, o filme não se arrisca além da escolha do elenco. Joga limpo e não arruína as lembranças de quem assistiu ao filme na década de 1980, numa reverência que vai do roteiro à fotografia. A participação do elenco original também é deliciosa: Murray, Aykroyd (também produtor executivo), Hudson, Sigourney Weaver (Dana Barrett) e Annie Potts (Janine, a recepcionista) fazem pontas.
Feig só não conseguiu incorporar o que de mais valioso o “Caça-fantasmas” de 1984 tem: o humor que escapa às piadas internas e atinge de maneira completa públicos dos mais diferentes perfis, idades e idiomas. O roteiro de Dan Aykroyd e Harold Ramis foi feito para o espectador com o balde de pipoca no cinema ou no sofá de casa, não para a ‘panela’ de humoristas nova-iorquinos do “Saturday Night Live”, um problema que se amontoa a cada comédia lançada.
Apesar da gritaria, vale seguir o conselho que Melissa McCarthy tem dado em entrevistas: assista ao filme antes de reclamar. (E se o fizer, espere na cadeira até o fim dos créditos).
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