A primeira vez em que Leonardo DiCaprio foi indicado ao Oscar foi há 22 anos, por “Gilbert Grape: aprendiz de sonhador” (1993). Ele concorreria à cobiçada estatueta de melhor ator outras três vezes, sem nunca levar o troféu para casa.
Agora, com “O regresso” – que estreia nesta quinta-feira (4) no Brasil, concorrendo em 12 categorias do Oscar, incluindo a de melhor filme –, ele pode finalmente receber, no dia 28 de fevereiro, o prêmio mais importante da indústria do cinema. Caso a vitória se concretize, fãs ao redor do mundo vão compartilhar um sentimento de justiça feita.
O número de derrotas de DiCaprio está longe de ser um recorde. Richard Burton (1925-1984), por exemplo, saiu da cerimônia sete vezes de mãos vazias. Peter O’Toole (1932-2013), oito.
Mas as consecutivas perdas do californiano de 41 anos parecem despertar uma revolta com poucos precedentes. O fruto de tanta indignação, argumentam especialistas e colegas de profissão, vem da noção de que o ex-namorado de Gisele Bündchen precisa ser recompensado com a láurea máxima de Hollywood por ser um dos atores mais talentosos de sua geração.
“Essa percepção de fato existe, você não acreditaria nas reações públicas que eu vejo. São 100% favoráveis a ele. As pessoas acham que ele merecia ter ganhado o Oscar há muito tempo. E, de fato, quem na casa dos 40 anos se iguala a ele em Hollywood?”, afirma o crítico de cinema Rubens Ewald Filho.
“Trash”
DiCaprio começou a carreira aparecendo em comerciais da TV, logo emplacando papéis em seriados, como “Santa Barbara” e “Tudo em família”. Sua estreia no cinema foi no terrir “Criaturas 3” (1991), em que viveu o enteado do malvado proprietário de um imóvel.
A versatilidade do ator é destacada por Ilene Starger, produtora de elenco que escalou DiCaprio em “As filhas de Marvin” (1996), ao lado de Meryl Streep e Diane Keaton. Segundo ela, DiCaprio, nos bastidores, é um ator que, mesmo sem sair do personagem, interage com a equipe e os outros colegas de elenco.
“O que o torna brilhante é que ele também tem alma. Aquele filme foi um projeto sustentado pelo amor que tínhamos pela história. Naquela época, já era evidente que se tratava de um artista com uma extraordinária sensibilidade e complexidade. Ele sempre impôs desafios para si mesmo. Foi maravilhoso testemunhar seu talento prodigioso e o merecido sucesso que veio depois de alguns anos”, afirma a produtora.
Prêmio
Pela performance em “O regresso”, do mexicano Alejandro G. Iñárritu, ele venceu, no último sábado (30), o prêmio do Sindicado dos Atores dos EUA, o SAG – um excelente prenúncio do que pode acontecer no Oscar.
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