Com a proposta de dar visibilidade tanto a realizadores consagrados quanto a promissores, o Festival de Gramado anunciou na última quarta-feira (20) a seleção de longas brasileiros em competição em sua 44ª edição, que acontece entre 26 de agosto e 3 de setembro. São seis títulos com origem em dois estados.
Do Rio, vão estar “Barata Ribeiro”, de Domingos Oliveira; e “Tamo Junto”, de Matheus Souza. De São Paulo, foram selecionados “El Mate”, de Bruno Kott; “Elis”, de Hugo Prata; “O Roubo da Taça”, de Caito Ortiz; e “O Silêncio do Céu”, de Marco Dutra - este último em coprodução com a Argentina. Em comum, narrativas mais acessíveis, na opinião do curador Marcos Santuario.
“Nos últimos anos o festival estava hermético, não dialogava tanto com o público. Por isso, trabalhamos nessa abertura, tanto com a crítica quanto com a cidade, já que o evento não é só cinematográfico, mas também turístico”, justifica Santuario. “Grande parte dos filmes selecionados é de comédias ou comédias dramáticas, gêneros que funcionam na bilheteria. Mas são comédias inteligentes, que não se sustentam em baixaria, nem em temas rasos.”
O longa de abertura será “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, exibido pela primeira vez no último Festival de Cannes. A ideia, explica o curador, foi selecionar um filme que representasse o “momento cinematográfico atual” do Brasil. Também por isso, a protagonista de “Aquarius”, Sonia Braga, é a grande homenageada do Festival de Gramado deste ano. Ela receberá o troféu Oscarito. Pelo conjunto da obra, Tony Ramos também será celebrado, com o Troféu Cidade de Gramado. Os dois são paranaenses, nascidos em Maringá e Arapongas, respectivamente.
Outra proposta do evento é se aproximar da dinâmica de festivais internacionais. “Fechamos uma parceria com o Festival de Sundance para importar filmes e levar para lá títulos brasileiros”, diz Enzo Arns, coordenador geral dessa edição. “Além disso, teremos roupagem e glamour parecidos com os de grandes festivais.”