“Ave, César!”, o novo filme dos irmãos Ethan e Joel Coen, conta a história de um produtor de cinema que precisa resgatar um ator famoso, sequestrado no meio das filmagens de uma superprodução de Hollywood nos anos 1950. Enquanto resolve o problema, dá conta de vários outros rolos de bastidores em apenas um dia: um diretor insatisfeito com a escalação de um astro, a gravidez de uma atriz solteira e outros escândalos. Ele se chama Eddie Mannix – nome de um personagem da indústria de Hollywood que realmente existiu e morreu em 1963, depois de limpar a barra de várias estrelas de cinema.
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Mannix (vivido por Josh Brolin), que trabalha na fictício “Capitol Pictures” (claramente inspirada nos estúdios da Metro-Goldwyn-Mayer, onde o personagem real trabalhou entre os anos 1920 e 1940), é só uma das referências da era de ouro de Hollywood que inspiram livremente “Ave, César!”.
O filme é cheio de citações que podem ser identificadas com facilidade por conhecedores do cinema daquele período. Tão cheio que acabou até se apoiando demais nelas, na opinião de alguns críticos.
Marcas
Mas “Ave, César!” traz mais para os fãs dos irmãos Coen. De volta à comédia propriamente dita, Ethan e Joel imprimem algumas de suas principais marcas no filme. Além dos tributos ao cinema clássico, traço sempre presente, há ironia, personagens extravagantes, situações surreais tratadas com naturalidade, doses de absurdo, questões existenciais e religiosas. E George Clooney em mais uma interpretação divertida de um personagem idiota, como em “E aí Meu Irmão, Cadê Você?”, “O Amor Custa Caro” e “Queime Depois de Ler”. Os irmãos Coen reúnem nestes filmes o que chamam de “Trilogia Idiota” (“Numbskull Trilogy”), que agora já tem quatro filmes.
O elenco é notável: além de Brolin e Clooney (como Baird Whitlock), tem Tilda Swinton, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson “mergulhando em uma piscina” e Chaning Tatum “dançando com uma roupa de marinheiro” (dois dos maiores atrativos do filme, para Clooney). O conjunto, ao final, pode não ser unanimidade, mas parece ser ponto pacífico que “Ave, César!” é pelo menos divertido.
1. “Ben-Hur” (1959)
A superprodução que está sendo rodada em “Ave, César!”, e que dá nome ao filme, é uma paródia de “Ben-Hur”, épico que teve sua versão mais famosa lançada em 1959.
2. “A Rainha do Mar” (1952)
A cena de nado sincronizado com Scarlett Johansson é inspirada neste filme estrelado por Esther Williams, atriz especializada em musicais aquáticos conhecida como “a sereia de Hollywood” nos anos 1940 e 1950.
3. “Marujos do Amor” (1945) e “Um Dia em Nova York” (1949)
O número canto e sapateado estrelado por Channing Tatum vestido de marinheiro remete a comédias musicais como estas, estreladas por Gene Kelly (1912-1996).
4. Dramas
O filme em que Hobie Doyle (Alden Ehrenreich) tanto pena para atuar, para o desespero do diretor interpretado por Ralph Fiennes (também uma possível referência ao cineasta George Cukor), remete a dramas dos anos 1930 ambientados na alta sociedade.
5. Cowboys
Hobie Doyle, o personagem de Alden Ehrenreich, é inspirado em estrelas dos filmes de faroeste dos anos 1930 e 1940, como Gene Autry e Roy Rogers.
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