Esqueça Christian Bale, George Clooney, Ben Affleck: o melhor e mais carismático Batman da história do cinema é boneco Lego de quatro centímetros de altura. Dublado na versão americana pelo ator e humorista Will Arnett, o Homem-Morcego do mundo Lego possui tudo o que faltou aos outros: tem mania de grandeza, é sarcástico, solitário, heroico, arrogante e bobo na medida certa.
O filme é o maior acerto da Warner Bros., empresa que detém o controle da DC Comics nos cinemas. Havia uma necessidade gigantesca de fazer algo relacionado ao Batman no mundo Lego depois de ele roubar a cena em Uma Aventura Lego. E seria burrice não fazer.
Voltado para crianças, com várias piscadelas referenciais para os adultos que levarem os filhos aos cinemas, “Lego Batman: O Filme” arrecadou 55 milhões de dólares em seu primeiro fim de semana nos Estados Unidos, deixando 50 Tons Mais Escuros para trás, e ganhou 91% de aprovação no Rotten Tomatoes, página que reúne as avaliações da imprensa e da audiência. Um raro sucesso de público e crítica.
Não é para menos. Não há a necessidade de construir um universo, não há a garganta irritada de Christian Bale, os furos de roteiro dos filmes de Christopher Nolan, nada é levado a sério demais. Batman enfrenta o crime e come uma lagosta inteira em três abocanhadas ao chegar na batcaverna (que é controlada pela Siri, aquela do iPhone), não sem antes esquentá-la no micro-ondas.
Todo o universo do Batman e Lego serve como matéria de piada. Gotham City é ameaçada pelo Coringa pois está equilibrada em apenas duas placas de... Lego, encaixadas uma na outra. Se o vilão explodir uma bomba, a população da cidade cai em um poço sem fundo.
O grande trabalho do comissário Gordon é apertar o botão que aciona o Bat Sinal. Quando sua filha, Barbara Gordon, a batgirl, o substitui no comando da polícia, promete combater o crime com estatísticas, já que o Batman, “que está por aí há 90 e tantos anos ainda não prendeu nenhum dos grandes vilões.”
Todos aqueles boatos que já circularam a respeito de Robin são reciclados em piadas atrás de piadas, como no momento em que ele escolhe seu uniforme e decide retirar as calças. Sua capa é cheia de purpurina.
Além de toda a aventura e o visual colorido que certamente atraem as crianças, há referências a todos os filmes do Batman já feitos, dos antigos com Adam West ao recente Batman vs Superman. Aliás, batman nutre uma rivalidade com o Homem de Aço e não é exatamente bem quisto pela Liga da Justiça — o que rende mais cenas hilárias. Até a Marvel é citada: a senha da Batcaverna é “O Homem de Ferro é chato”.
A DC, talvez sem querer querendo, encontrou uma mina de ouro. Melhor que investir na “Mulher Maravilha” e “Liga da Justiça” com atores reais, está na hora da empresa trocar seu elenco. Saem Ben Affleck e todos os famosos e entram os carismáticos bonequinhos de plástico de quatro centímetros.
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