Sob um frio suportável, sem neve e com a cidade já abarrotada, o Festival de Berlim deu início à programação de sua 66ª edição com a exibição fora de concurso, de “Ave, César!”, de Joel e Ethan Coen.
Como vem acontecendo atualmente em todo o mundo onde multidões se reúnem, aqui também há uma grande preocupação com a segurança, embora os organizadores evitem qualquer medida ostensiva.
“Estamos esperando uma Berlinale tranquila e aberta para o mundo”, afirma Frauke Greiner, porta-voz do evento.
Mostrado numa sessão prévia para a impressa – que antecedeu à sessão de gala à noite – o filme que se passa em um único dia, segue Eddie Mannix (Brolin), um homem que trabalhou como uma espécie de “leão de chácara” em grandes estúdios de Hollywood e está às voltas com uma série de problemas.
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Leia a matéria completaO mais grave deles acontece quando Baird Whitlock (Clooney), é sequestrado por um grupo autodenominado “Futuro” e Mannix – responsável por manter todos e tudo nos eixos do estúdio Capitol Pictures – precisa agir discreta e rapidamente para salvar o astro, o projeto, a empresa e sua cabeça.
O elenco de peso inclui Josh Brolin, George Clooney, Ralph Fiennes, Alden Ehrenreich, Jonah Hill, Scarlett Johansson,Tilda Swinton e Channing Tatum.
O filme é uma sátira inteligente e não apenas à Hollywood dos anos 50: na verdade é bem mais abrangente, chegando claramente aos dias de hoje.
A lotadíssima coletiva após a projeção foi divertida e bem-humorada, e dela participaram os irmãos cineastas mais Clooney, Brolin, Swinton , Tatum e Ehrenreich.
Joel, como sempre o mais falante dos irmãos, explicou a origem da história. “O filme é centrado numa ideia original sobre o que é o personagem do Mannix, o cara de estúdio que ajeitava tudo. É também sobre uma versão romantizada da Hollywood dos anos 50 e o “capricho” no design e na fotografia fazem parte daquele meio ambiente”, disse.
Falando sobre seu personagem, Brolin disse ter gostado “muito” de interpretá-lo e principalmente de mais uma vez trabalhar com os Coen.
“Eles me chamaram – são sempre os dois que chamam –, avisaram que iriam enviar o roteiro e pediram para que eu dissesse se estava interessado. Claro que eu estava”, afirmou, acrescentando que eles às vezes também pedem para que ele opine no roteiro.
“Não sei por que eles gostam tanto de mim”, disse.
Clooney, para quem foi dirigida a maior parte das perguntas, falou como é trabalhar com os irmãos Coens.
“É o quinto filme que faço com eles, toda vez que eles me mandam um roteiro e dizem que escreveram um personagem pensando em mim, eu fico imaginando: ‘É esse tipo de pessoa que esses caras acham que eu sou?’”, brincou o ator, para depois falar sério e, com muitos elogios para a dupla, repetir o que já tinha dito na estreia do filme em Los Angeles no dia 1.º de fevereiro.
“Eles são divertidos e ótimos diretores. Além disso, gostam do que fazem, o que torna tudo mais fácil. Eu amo trabalhar com eles”, disse o ator de 54 anos que, entre outros, já atuou com os Coens em “E aí, Meu Irmão, Cadê Você?” (2000), “O Amor Custa Caro” (2003) e “Queime Depois de Ler” (2008) .
Júri oficial
Pela manhã, a atriz Meryl Streep fez a apresentação de seu júri, que é formado pelo crítico inglês Nick James, o ator alemão Lars Eldinger, a fotógrafa francesa Brigitte Lacombe, o ator britânico Clive Owen, a atriz italiana Alba Rohrwacher e a diretora polonesa Malgorzata Szumowska.
Kosslick disse que Meryl Streep é uma das mais criativas e multifacetadas atrizes de nossas telas. “Eu estou muito feliz que Meryl esteja retornando a Berlim para ser a Presidente do Júri Internacional”, disse Kosslick.
Meryl, por sua vez, ressaltou que é uma “enorme emoção” retornar ao festival sob qualquer circunstância, mas é com grande satisfação que espera por esse trabalho no júri.
“A responsabilidade é assustadora, uma vez que eu nunca fui presidente de nada antes. Espero que possa estar à altura dos brilhantes júris que me precederam. Obrigada pela honra”, disse a talentosa atriz de 66 anos.
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