Não apenas o cinema, mas a arte em geral, tem obras que precisam de um certo tempo para serem assimiladas e terem reconhecida a devida importância. “Blade Runner – O Caçador de Androides”, de Ridley Scott, é um exemplo.
Em 1982, quando foi lançado, dividiu a crítica e fracassou nas bilheterias. Somente anos mais tarde, com a popularização do videocassete, foi descoberto, tornou-se cult e enfim adquiriu o merecido status de obra-prima.
Filme
(Blade Runner. EUA, 1982). Direção de Ridley Scott. Com Harrison Ford, Rutger Hauer e Sean Young. Policiais de elite caçam robôs de alta inteligência que ameaçam a Terra. Ficção científica. 117min.
Classificação indicativa: 14 anos.
CINEMARK BARIGUI 1 às 22h (4ª), 0h05 (sáb.). CINEMARK BARIGUI 3 às 12h40 (dom.). CINEMARK MUELLER 5 às 13h50 (dom.), 21h45 (4ª). CINEMARK MUELLER 6 às 23h (sáb.). GGGGG
Título dessa semana do Clássicos Cinemark, “Blade Runner” (na chamada “versão final”, feita pelo diretor em 2007) faz jus à expressão. É daqueles filmes que não envelhecem e parece que jamais serão afetados pelo tempo. Perdi a conta de quantas vezes vi o filme e, a cada nova sessão, ainda é possível me encantar, descobrir novos detalhes e pensar algum outro significado incluído na história de Rick Deckard (Harrison Ford), o policial que, na Los Angeles sombria e caótica de 2019 (está logo ali), ganha a vida caçando androides.
Androides não, replicantes. Assim são chamadas as criaturas artificiais criadas à semelhança do homem para trabalhar em colônias, mas que acabaram se rebelando e obrigando as autoridades a promover sua dizimação.
Entre os poucos replicantes que ainda restam estão Roy (Rutger Hauer) e Pris (Daryl Hannah), que buscam seu inventor para ganhar mais tempo de vida, e Rachel (Sean Young), que em um primeiro momento serve como objeto de estudo, mas aos poucos cria uma relação particular com Deckard.
Baseado no conto “Do Androids Dream With Electric Sheep”, do mestre da ficção científica Philip K. Dick, “Blade Runner” usa a caçada policial como subterfúgio para promover uma reflexão sobre inúmeras questões da natureza humana: quem somos, de onde viemos, para onde vamos, por que estamos aqui? Afinal de contas, o que é ser humano?
O que move “Blade Runner” e faz dele um filme tão fascinante não são possíveis respostas a esses questionamentos, mas a própria forma como somos levados a pensá-los. Seja através do cenário angustiante (que na tela grande se torna ainda mais arrebatador), nos conflitos físicos e silenciosos, ou no caráter incerto de cada personagem.
Há um universo contido em cada fragmento do filme. Procurar desvendá-lo é um dos prazeres que fazem desse clássico um filme a ser eternizado.
Abaixo, um trailer da “versão final” de Ridley Scott:
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