Uma cena apenas basta para definir “Brooklyn”: após longa e incômoda viagem, a jovem irlandesa Eilis chega aos EUA. Quando um policial lhe concede o direito de entrar no país, ela se dirige à porta de entrada. Abre-a e, então, uma grande luz vindo do fundo cobre sua figura. Não é a entrada de um país, mas do paraíso.
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O tom está dado. Não sejamos ingênuos, porém. O filme, ao menos, não o é: a imigração não é um paraíso. Estamos em meados do século passado, e Eilis enfrentará mais ou menos todos os problemas de adaptação pelos quais passa quem troca de país.
Existe uma particularidade adicional: os costumes e tradições irlandeses estão arraigados, o que torna a experiência ainda mais amarga, especialmente porque Eilis é uma garota meio sem graça. É assim que ela vive seus primeiros tempos em Nova York.
Como sempre nesses casos, o que pode arranjar as coisas é um namorado, e Eilis conhece um rapaz de origem italiana que parece estimá-la de verdade. Sua aparência subitamente se ilumina, e o estudo lhe permite sonhar com um futuro mais promissor. Ela parece esquecer a Irlanda.
É possível pensar que “Brooklyn” faça parte da lista como representante da inevitável cota britânica de todos os anos no Oscar.
Mesmo que a comparação a fazer fosse com o razoavelmente frustrado “Era uma Vez em Nova York” (2013), “Brooklyn” teria a oferecer apenas algum conforto ao espectador que veja no cinema uma distração. Este é um filme para ver facilmente e esquecer com facilidade ainda maior.
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