Domingo (28) acontece a cerimônia de entrega do Oscar e, mais uma vez, haverá torcida brasileira. O representante nacional deste ano é “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, que concorre na categoria animação. Mas vai ser preciso muita torcida, já que o representante local terá adversários de peso na disputa. Em 12 participações, o Brasil jamais conseguiu levar uma estatueta para casa.
Lançado discretamente nos cinemas no ano passado, “O Menino e o Mundo” utiliza diferentes técnicas de animação para contar a história de um garoto que deixa a vida no campo para procurar o pai na cidade. Sem diálogos, a narrativa aborda com sensibilidade questões como desigualdade social, meio ambiente e solidão.
A produção ganhou o Annie Awards, considerado o Oscar da animação, na categoria filme independente. Em uma entrevista, o diretor disse ter “uma fé inabalável” de que é possível levar o Oscar.
Confira a seguir quem são os adversários do brasileiro na disputa:
O grande favorito, não apenas por ser do principal estúdio de animação de Hollywood, a Disney/Pixar, mas por ser um filme de muita qualidade. De forma divertida e inteligente, a produção explora como funcionam os sentimentos na mente de uma menina de 11 anos. A produção já abocanhou o Globo de Ouro e conquistou dez prêmios Annie, inclusive de melhor filme.
Se os americanos têm os estúdios Disney/Pixar, os britânicos têm a Aardman Animations, responsável por títulos bem-sucedidos e de qualidade, como “A Fuga das Galinhas” e “Wallace & Gromit - A Batalha dos Vegetais”. Usando técnica de stop motion e bonecos em massinha, mostra as aventuras de um carneiro que se cansa da vida na fazenda.
Única animação totalmente voltada para adultos concorrendo ao Oscar, é a estreia no gênero de Charlie Kaufman, roteirista dos cultuados “Quero Ser John Malkovich”, “Adaptação” e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Também usando técnica de stop motion, conta a história de um homem descontente que conhece uma mulher durante uma viagem a trabalho.
O longa japonês, dirigido por uma mulher, Hiromasa Yonebayashi, é o representante de outro segmento representativo na área de animação. A produção é mais uma obra (a última, dizem) dos Estúdios Ghibli, responsável, entre outros, pelos filmes de Hayao Miyazaki (“A Viagem de Chihiro”). O desenho retrata a amizade entre uma menina solitária e outra que guarda segredos.
Relembre as outras participações brasileiras no Oscar:
O compositor Ary Barroso disputa o Oscar de melhor canção com “Rio de Janeiro”, tema da produção americana “Brazil”, de Joseph Santley. Perdeu para “Swinging on a Star”, do filme “O Bom Pastor”.
Primeira indicação do Brasil na categoria filme estrangeiro. “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, perde a estatueta para o francês “Sempre aos Domingos”.
Coprodução de Brasil e Estados Unidos, “O Beijo da Mulher Aranha”, de Hector Babenco (argentino naturalizado brasileiro), recebeu quatro indicações, incluindo melhor filme. Levou só o prêmio de melhor ator, para o americano William Hurt.
“O Quatrilho”, de Fábio Barreto, coloca o país novamente na disputa de filme estrangeiro. Mas quem leva é o holandês “A Excêntrica Família de Antonia”.
Mais uma derrota frente aos holandeses. “O Que é Isso, Companheiro?”, de Bruno Barreto, perde a estatueta de filme estrangeiro para “Caráter”.
Além de uma nova indicação a filme estrangeiro, “Central do Brasil”, de Walter Salles, rendeu ao país uma disputa inédita na categoria de melhor atriz, com Fernanda Montenegro. Não deu em nenhuma das duas categorias. “A Vida é Bela”, do italiano Roberto Begnini foi escolhido melhor filme estrangeiro e Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado” a melhor atriz.
Dessa vez a disputa foi na categoria curta-metragem de ficção. “Uma História de Futebol”, de Paulo Machline, foi derrotado por “Quiero Ser”, coprodução entre México e Alemanha.
O grande momento brasileiro no Oscar. “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles recebeu quatro surpreendentes indicações: diretor, roteiro adaptado, fotografia e montagem. Mas não se deu bem em nenhuma delas.
No mesmo ano, “Aventura Perdida de Scrat”, de Carlos Saldanha, foi indicado na categoria curta de animação. Perdeu para o australiano “Harvie Krumpet”.
Estreia do Brasil na categoria documentário, com uma coprodução Brasil-Reino Unido. “Lixo Extraordinário”, dirigido por João Jardim e pela britânica Lucy Walker, tinha como tema o artista plástico Vik Muniz. Ganhou o americano “Trabalho Interno”.
Carlinhos Brown e Sergio Mendes emplacaram “Real in Rio”, da animação “Rio”, na categoria canção. Foram derrotados pelo único adversário, “Man or Muppet”, do filme “The Muppets”.
Mais uma indicação de documentário, com “O Sal da Terra”, de Wim Wenders e Juliano Salgado, uma coprodução Brasil, Itália e França. O vencedor foi “Citizenfour”, sobre o ex-técnico da CIA Edward Snowden.
Banco do PCC movimentou R$ 8 bilhões para financiar políticos e crime organizado
Bolsonaro se lança candidato e põe Michelle na disputa de 2026; assista ao Sem Rodeios
Venezuela acusa Brasil de “ingerência e grosseria” e convoca seu embaixador em Brasília
Moraes nega adiamento de audiência de réu do 8/1 com quadro psiquiátrico grave
Deixe sua opinião