Em “Deserto”, uma trupe de atores funda uma sociedade no sertão nordestino| Foto: Divulgação/

Quem conhece o curitibano Guilherme Weber apenas das novelas da Globo não imagina quantas outras facetas o ator guarda. No teatro, onde iniciou a carreira como ator e de onde jamais se afastou, se firmou também como autor e diretor. Agora, Weber dá mais um passo ambicioso, dessa vez no cinema. O Los Angeles Brazilian Film Festival, nos Estados Unidos, sedia nesta terça-feira (20) a primeira exibição pública de “Deserto”, sua estreia como diretor e roteirista.

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Uma semana depois, no dia 26, o longa será exibido na mostra competitiva do Festival de Brasília, um dos mais importantes do cinema brasileiro. Para o público curitibano, a estreia também já tem data marcada. No dia 22 de outubro, “Deserto” será exibido como parte da programação da mostra de cinema da Bienal Internacional de Curitiba.

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O filme é livremente inspirado em um romance mexicano, “Santa Maria do Circo”, de David Toscana, que conta a história de uma trupe circense que funda uma sociedade no deserto do México. “Quando li o livro fiquei fascinado e quis fazer uma adaptação. Mas não poderia ser no teatro, onde é difícil trabalhar os simbolismos de maneira concreta. Então decidi escrever um roteiro para cinema”, contou Weber à Gazeta do Povo.

Na adaptação da história, Weber(que escreveu o roteiro em parceria com a escritora Ana Paula Maia) transferiu a ação do deserto mexicano para o sertão nordestino. O veterano Lima Duarte lidera o elenco, que interpreta uma trupe de atores mambembes que encontra um pequeno vilarejo abandonada e se instala por lá. “O sertão brasileiro é simbólico na nossa cultura. Queria usá-lo como um lugar fabuloso, quase uma parábola bíblica”, diz o agora cineasta.

Sotaques diferentes

Para compor o elenco, Weber fez questão de selecionar atores de diferentes regiões do país, orientando-os a manter os sotaques originais. “É a história da formação de uma nação, o início de um país”, diz. Entre os demais nomes do elenco estão Cida Moreira, Everaldo Pontes, Magali Biff e o curitibano Claudinho Castro. A trilha sonora também tem sotaque paranaense e foi composta pela dupla Luiz Ferreira e Rodrigo Barros, das bandas Beijo AA Força e Maxixe Machine.

Guilherme Weber conta que o desejo de fazer cinema vem desde a década de 1980, quando dava os primeiros passos no teatro. A experiência foi tão satisfatória que ele já tem outro projeto em vista. “É uma experiência fascinante criar todo um universo do zero. E é uma arte de irmãos, fizemos do set uma fraternidade”, afirma o curitibano, que já tem o projeto de outro filme em vista. “Estou trabalhando em um roteiro novo, mas não posso divulgar nada porque nem eu sei ainda o que vai sair.”

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Mostra

Em Brasília, “Deserto” vai competir com outros sete filmes: “A Cidade Onde Envelheço”, de Marilia Rocha, “Antes o Tempo Não Acabava”, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, “Elon Não Acredita na Morte”, de Ricardo Alves Jr., “Malícia”, de Jimi Figueiredo, “Martírio”, de Vincent Carelli, “O Último Trago”, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti, “Rifle”, de Davi Pretto, e “Vinte Anos”, de Alice de Andrade.